Lux

Desde miúdo, acredito em energias desconhecidas que regem simpatias e antipatias. Há quem emane vigor, há quem sugue nossa vivacidade. Um pequeno bebê chora ao ser colocado no colo de algumas pessoas, do mesmo modo que sorri quando é carregado por outras.

Se permanecêssemos todos tão sensitivos, não sei como seria. Sorte ou azar, poucos continuamos a saber, em segundos - e às vezes nem isso - se rola ou não rola, se bate ou não bate. Fato é que essa percepção, de tão subjetiva, nunca servirá de argumento. Só vale pra quem sente e ninguém mais.

Quando não rola, não bate por nada, é só isso. Nós pra cá, o ser pra lá. Não sentimos ódio, não sentimos desprezo, sequer queremos o mal. Aversão espontânea, imediatista e provavelmente passageira. O divertido é isto: se for pra passar, passa. Interação e convivência.

Quando rola, bate direitinho, não é só bom, é absurdo! Conosco foi assim. Quisera eu poder implantar em folha seu fluxo; quisera eu poder imitar o que só você sabe compartilhar. Mesmo que não possa, evidentemente não deixarei de tentar.

Sinta-se abraçada. Um daqueles abraços que dá arrepios, que provoca frio na espinha. Segure a sensação por alguns segundos. Sinta como se sua energia esvaísse do seu corpo. Agora, mais que depressa, reverta os sentidos. A energia que dantes saía, agora volta a galope, maior, enorme. Ela é quente, quase queima. Enche seu corpo e aumenta imensuravelmente sua potência de agir. É isso aí.

Nesta vida maluca, há quem se aproxime e apague as luzes, há quem chegue perto e traga o sol. Em latim, luz diz-se lux. Pra você, que iluminou muitos dos meus dias, não enxergo apelido mais apropriado.

Lux, espero um dia poder retribuir o bem que você me faz.