Por que tão triste?

Recentemente eu conheci uma grife chamada Enfants Riches Déprimés. Não se deixe enganar pelo nome francês, porque essa não é uma marca francesa. Apesar de ser uma grife bastante underground é apenas acessível para os mais afortunados.

A marca foi fundada por um americano nascido em Atlanta chamado Henri Levy. Ele nasceu em uma familia rica, frequentou escolas nos EUA, Canadá e na Europa mas foi expulso de várias delas. A partir dos 15 anos entrou e saiu de diversas clínicas de reabilitação. Largou o curso de artes na UCLA e influenciado pelo movimento punk e pelo estilo de jovens largados nas ruas em busca shows, ele criou a Enfants Riches Déprimés

Enquanto eu lia uma matéria sobre a grife que contava essa história, eu comecei a me perguntar como um jovem tão rico, que para os olhos do mundo poderia ter tudo, vivia tão infeliz, ao ponto de se afundar no obscuro mundo das drogas ilícitas. E não só ele, como o próprio mencionou, havia outras crianças muito ricas e absurdamente deprimidas nas clínicas de reabilitação que ele frequentou.

Como pode isso? Ricos que podem soltar pérolas como disse Kanye West uma vez: "Saint Laurent é a minha Zara" são tão insatisfeitos e infelizes com a vida.

Porém, olhando para essas pessoas eu penso que ao contrário do que nós acreditamos, o dinheiro não pode comprar tudo, grifes vestem o corpo, mas não a alma e acima de tudo, compreensão e amor não se pode pagar com um "black card". Contudo, tenho que reconhecer, existe um certo atrativo e charme no obscuro, no depressivo, no rebelde e no contraditório. Por isso, eu acredito que essa tristeza seja uma mescla de falta de algo afetivo, mas também não deixa de ser uma forma de se rebelar.