Felicidade: muitos significados, nenhuma definição

Conquanto a felicidade seja um desejo de todos, os significados que se dá a ela são bastante divergentes. Assim, mesmo que muitos tentem defini-la, não considero que exista uma resposta única, já que ser feliz é relativo a quem o é.

Em vários momentos da História, percebo que a ideia de felicidade foi usada como um recurso para manter o poder. Na Idade Média, por exemplo, a Igreja aproveitava a ideia de céu e inferno – sendo o primeiro a felicidade eterna – para aumentar a coercitividade sobre os católicos, usando a fé deles para interesses próprios. Já com o capitalismo, modelos como o “American way of life” mostram o consumismo como caminho para a realização pessoal. Todavia, enquanto muitos até hoje passam a vida tentando se tornar cada vez mais ricos, pensando que só assim seriam felizes, há pessoas miseráveis que veem uma simples refeição como motivo para sorrir. Dessa forma, considero a felicidade como algo deveras relativo e que não pode, portanto, ser imposto, mas sim, descoberto por cada um.

Pensando assim, posso usar tal palavra para descrever diversos momentos de minha vida, mesmo que muitos não tenham relação direta entre si. O que eles têm em comum, no entanto, é que são marcados por um sentimento tão intenso que não pode ser colocado de maneira melhor. Nietzsche, ao escrever sobre virtudes individuais, diz que deveríamos considerá-las “inexprimíveis e inomináveis”, por serem “altas demais para ter um nome familiar”. O termo “felicidade” é justamente tal nome: uma tentativa de explicar uma sensação tão particular, que se torna demasiado comum quando transformada em palavras.

A felicidade, portanto, é uma multiplicidade de coisas e, justamente por isso, a palavra não pode ter uma definição sozinha. Porém, cada pessoa dá seu próprio significado, que reflete seus desejos, ideias e paixões. Pessoalmente, me considero feliz quando posso fazer o que amo, pois é dessa forma que me sinto verdadeiramente eu.