(Re)folheando

Nesses últimos meses, eu decidi mergulhar profundamente em busca de textos teóricos que poderiam me ajudar a sustentar os meus argumentos e elaborar uma dissertação. Fiz busca em diversos sites, baixei inúmeros artigos, emprestei de amigos uma dezena de livros. Mas hoje, por algumas horas, eu parei no tempo simplesmente para folhear o livro mais valioso que um dia ganhei de presente. Esse livro é você, MAMÃE. A cada página, eu lembro, reflito, revivo...

Logo no primeiro capítulo, eu me deparo com o gênero canção de ninar. Há registros de que suas suaves mãos deslizavam em meu rosto enquanto entoava as canções. No livro não está escrito, mas eu fui em busca de fontes seguras, as quais me relataram que muitas vezes a senhora perdeu noites de sono para me fazer companhia no lazer da madrugada.

Eis que vem o segundo capítulo e nele leio assuntos relacionados à educação. Relembro os ensinamentos de obedecer aos mais velhos, de respeitar os meus amigos, de dialogar e nunca partir para agressões físicas. No que concerne à educação, como formação escolar, lembro exatamente do meu primeiro dia de aula na escola. Nesse dia, fui acordado cedinho. Tomei banho. Tomei café. E antes de sairmos de casa, a senhora me olhou nos olhos e disse que uma nova fase estaria se iniciando na minha vida. Eu, muito novo, não sabia nem o que era fase.

Depois de proferir essas palavras, segurou minha mão e me levou à escola. Hoje, eu reflito sobre a importância de sua mão segurando a minha. Foram vários os momentos em minha vida que essa mão me amparou: nas dificuldades e nas decepções. Ah! É claro, essa mesma mão, vou saltar um pouco a história do livro, esteve segurando a minha, em um capítulo recente, quando a alegria invadiu o nosso ser. Foi na minha formatura. Nossa! A sua mão apertando a minha na entrada do auditório me deixou sem palavras. As lágrimas ficaram responsáveis em dizer tudo o que eu sentia naquele momento.

No terceiro capítulo, deparo-me com uma lição de perdão. Algumas pessoas já chegaram a me perguntar se realmente temos o mesmo sangue. Eu, inclusive, já me fiz essa pergunta. Não sei se sou eu que sou muito ríspido, ou se é a senhora que é muito generosa. O fato é que as suas ações me surpreendem.

Sabe, Mãe, eu poderia passar o resto do dia folheando esse livro, porque sei que faria reflexões valiosas. Mas agora, eu quero agradecer a Deus, por ter me inserido nesta riquíssima obra, que veio ao mundo no dia de hoje. Parabéns, MAMÃE!