Desaguando...
E eu estou me afundando...
Sem bote salva- vidas, no dilúvio de lágrimas.
E eu estou me perdendo...
Correndo...
Não avisto o meu eu, o EU dissolvido em águas “lagrimais”, evapora...
Dissolve meu Eu,
Sem sentido, o nós.
Meu grito estrangulado, afiado, rasga meu interior sem nenhuma pena.
Apenas penso: uma hora ou outra viria ao chão.
Essas paredes já estavam filtradas à tempos, momentos, madrugas, sorrisos, meu amigo.
Não é novidade.
Eu entendo, compreendo, não era aguardado
Mas quem espera o mal na porta para recepciona-lo?
Ti? Sei que não...
Tua recepção é com a ESPERANÇA
Ela chega, cheia de malas, fazes-te de chofer
Amacias a cama, de camareiro te coloca, sem demora, pega no sono.
Não te paga imposto e mesmo assim, sem renda nenhuma, tu a alimentas ...
Ela já está tão obesa, que quando resolve fazer um redução, tu te assustas
Te apavora como gato escaldado.
E não vês que ela está de malas pronta, e com um adeus na mão.
E se te perguntas porque partiu e mesmo assim sente sua falta,
Eu falarei rude: VOCÊ tem o gene da obesidade dentro de si!
A alimenta mesmo depois de deixado mãos abanando.
Abana esse fogo que continua a revigorar
Sem nenhuma piedade, dilacera teu interior.
E gritas, sem mordaças
Mas ela já está longe demais, e perto o suficiente para te chicotear.
- Es masoquista?
- Não sou...
Eu choro uma saudade estrangulada, afundada no sentimento, que agora,
Deságua...