Meu fogo, do inferno que morreu

Eu fiz do fogo do desejo meu inferno.

E quando o prazer estava preste à ser torrado

Fui transladado em brasas

E acordei, suave...

Sereno como uma garoa das 5h da manhã.

Calmo...

Como um vulcão que dormi, mas que mantém sua intensidade.

O outro estava morto. ESTÁ!

O EU que bailava entre as chamas,

Espalhando cinzas por onde pisa,

Faísca por onde fala,

Atiça o outro já animado,

E desmancha a fogueira em qualquer lugar

Sem ser necessário uma cama.

Vejo esses dois corpos carbonizados de vontade retida,

Agora, liberto.

Dispenso qualquer céu

Mascarado de inferno.