Olga
Misturando-se as letras, lê-se lago no nome desta senhora.
Um lago diferente, feito de lágrimas.
Do alto de seus setenta e seis anos, na cama do hospital ela cita dizeres da mocidade perdida nas rugas.
A noite insone, pedido companhia...a enfermeira que não vem lhe trocar o curativo da ferida.
Ferida aberta (cinquentenária) exposta em fina canelinha.
Dona Olga tem filhas ocupadas, e ela não as culpa! Pega carona nos acompanhantes de suas companheiras de leito para poder se lembrar que existe.
Olga é velhinha e não morreu na câmara de gás, mas está prestes a deixar este mundo: Não menos heróica que a Olga do companheiro Prestes.