A maior invenção

Eu acho que a maior invenção do homem foi a escola primária. Ela existe para ensinar as pessoas a ler, escrever e contar. Lendo e escrevendo as pessoas duplicam seu saber, para se valorizar cada vez mais. Eu, particularmente, não conheço alguém que leia e não saiba escrever, ou alguém que escreva e não saiba ler. Mas é bom repetir: ler, escrever e contar é direito e necessidade de qualquer pessoa.

Contar, todo mundo sabe, que é fazer contas, pelo menos as quatro operações básicas. Qualquer um, ou quase qualquer um, pode aprender a somar, subtrair, multiplicar e dividir. Daí por diante complica, mas é sempre bom aprender tudo o que se possa. O mesmo digo da gramatiquice. Acho que a maior parte da gramática que se ensina é inútil. Metade dela é decoreba de nomes complicadíssimos que não serve para coisa nenhuma. Por exemplo, elipse, próclise, ênclise, silepse, síncope, apócope, anacoluto, anástrofe etc. Parece nome de lagartixas em língua estrangeira, não parece?

Pior ainda é a insistência dos professores em complicar as análises de textos clássicos. Há professor que sente prazer em forçar os alunos a analisarem textos de Camões. Os idiotas ignoram que Camões não sabia gramática - não podia saber, porque a primeira gramática foi publicada depois de sua morte. A gramática é como o nosso esqueleto. Ninguém precisa conhecer o esqueleto para andar por aí. Penso assim com relação a gramática. Conhecê-la e ensiná-la é assunto de especialista, mas sabemos que o conhecimento da gramática é muito valorizado hoje, portanto, o que posso aconselhar é: Leiam bastante. Ler é mais importante do que estudar.

Daniel Pereira
Enviado por Daniel Pereira em 26/11/2007
Reeditado em 26/11/2007
Código do texto: T753441
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