Uma rica oportunidade

Um dia, e sempre existe esse dia na vida de cada um, aparecem momentos de privações, dificuldades, percalços. Nesse momento, parece que tudo no mundo se torna mais carregado, mais difícil, por vezes um fardo que pensamos sermos os únicos que os carregam. Imaginamos que existe injustiça em tudo isso, que é castigo pelo que fizemos ou deixamos de fazer, algo a nos punir; total engano. Mesmo encontrar uma luz no fim do túnel parece ser algo impossível, se é que ela existe, chegamos a pensar. Embora a luz ainda esteja lá, parece que perdemos as esperanças, que deixamos de acreditar, como se o chão se abrisse e não tivéssemos mais onde nos apoiar, deixamos de ver que a luz, o caminho, está lá e sempre estará no mesmo lugar. Demora, mas a oportunidade está aí; demora mas temos a opção de sentir a escolha que se nos apresenta; demora, mas cabe a nós decidir como viveremos essa experiência.

Bom seria se pelo caminho encontrássemos pessoas que sabem aliar dois fatores importantes; o profissionalismo com o amadorismo e de ambos extrair o que eles podem oferecer nesse momento. Enquanto o primeiro oferece a técnica aliada ao conhecimento adquirido, o segundo traz em si algo além; o desejo de fazer a diferença naquilo que fazemos. Ter isso em mente, permite fazer da profissão uma oportunidade mais rica, pois surge a chance de transformar vidas, de transformar a própria vida, de fazer a diferença ao empenhar-se não só com técnica, mas com atenção, cuidado, respeito e dedicação, que só o amador oferece quando faz o que gosta. Hoje sou eu quem ofereço, pode pensar, a oportunidade de ser o instrumento àqueles que precisam.

Fazer a diferença, eis a oportunidade que surge para cada um, eis a oportunidade que aparece para fazer da experiência vivida ou algo comum, corriqueiro, ou de transformar a vida de alguém, fazer da experiência, uma rica oportunidade. A escolha cabe a cada um, a cada momento, pois o tempo passará, fazendo ou não; cabe então escolher se quer ou não fazer a diferença. Bom seria se todos fizessem a diferença, mas aí seria demais exigir que cada um escolhesse aquilo que imaginamos; melhor é respeitar o livre arbítrio e deixar que escolham o seu momento. Interessante é notar que, nessa escolha, se feita com liberdade, o resultado é sempre melhor, pois é fruto do dever, não da obrigação, do dever, da pessoa que escolhe por iniciativa própria fazer a diferença. O fruto a ser colhido será sempre bom, pois na rica oportunidade que surge aprende-se a ver o outro, a entender o outro, a ver nossa capacidade e até mesmo nossa falha, e que bom que estejam lá, pois somos humanos e é no conjunto delas que ficamos melhores. Ligar a técnica, com a dedicação, fruto do amadorismo, faz a transformação de momentos difíceis em momentos ricos, e aí está a sutileza de saber viver intensamente o momento, seja ele bom ou ruim, não importa, é o momento e só nós podemos vivê-lo. Assim, de escolha em escolha, fruto do livre arbítrio, decidimos fazer de cada momento a oportunidade de transformar a vida dos outros e principalmente a nossa, e, no final, teremos sempre a oportunidade de dizer, muito obrigado, por ser o instrumento de fazer alguém melhor.