COMO VENCER A POBREZA E A DESIGUALDADE

O que eu não desejaria para mim é o que não desejo para ninguém... Ou seja, eu não desejaria dormir com frio, nem com o estômago doendo de fome por não ter tido o que comer no jantar ou, quem sabe, durante todo o dia. Pior, ter vontade de comer e não poder por falta de dinheiro, imagina ficar sem se alimentar durante dias?

Eu pediria a morte, principalmente sabendo que há outros que desperdiçam a comida de que meu corpo tanto necessita para viver... Eu também não desejaria dormir com a pele suja, sem ter uma roupa para trocar ou sequer uma cama macia para me deitar... É difícil dormir no duro, de baixo de um viaduto, de uma marquise ou numa calçada imunda e fria, não, não desejaria dormir no chão. Repito, o que eu não desejaria para mim é o que não desejo para ninguém!

Ou seja, eu não desejo miséria, gente passando necessidade, tristes contrastes! Mas consciência. É tão difícil de tê-la? Acordem! Eu desejo que, antes que alguém diga que tais males devem ser erradicados, olhe com os olhos de quem vive a pobreza e a desigualdade.

Eles dormem todo dia não desejando o que vivem, esperando todas as manhãs por um milagre que não vem. Há um sonho de liberdade, uma vontade de mudança. “Pois Deus faz o sol nascer sobre todos” – pensam. Mas é difícil manter tal esperança, e muitos a deixam esmorecer.

A verdade é que a pobreza não vai acabar enquanto os que têm muito não doarem o suficiente àqueles que não têm. Enquanto a proposta capitalista não for reformulada adequadamente para evitar coisas tão discrepantes, pois, enquanto existir o egoísmo, a desigualdade vai continuar!

O primeiro passo é pensarmos no que nós NÃO desejaríamos para nós mesmos, porque, daí sim, criaríamos consciência do que NÃO é desejável para ninguém.

O segundo passo é vermos alguém na rua com frio e voltarmos para casa buscar ou pegar um agasalho ou cobertor para cobrir este alguém, é vermos alguém com fome e lhe darmos o que comer; isso se chama MÍNIMO. “Amai ao próximo como a ti mesmo”, é tão simples, e tão necessário. Pois esses pequenos gestos são gestos de amor para com o semelhante, assim, quando enxergamos com o coração, passamos a ver com clareza.

É dessa única forma que se vence, pouco a pouco, a barreira das diferenças, visto que o problema não está nelas, mas em quem as cria.

Por tanto, antes de se perguntar COMO vencer a pobreza e a desigualdade, deve-se perguntar POR QUE elas surgem, descobrindo o porquê, deve-se entender que o mundo jamais irá para frente se não dermos o Primeiro e o Segundo Passo.