Construção

Construção

José Dias acordou às 05h30m para mais uma segunda feira de trabalho. Seu Zé como era conhecido pelos amigos não andava muito feliz ultimamente. Sua mulher havia perdido o emprego de doméstica e seu trabalho tinha que sustentar ele, a mulher e mais cinco filhos.

Não era um trabalho satisfatório, dava para colocar pães e leite em casa, mas nem todo dia.

Naquela segunda seu Zé não havia tomado café, pois havia apenas um pão que deixou para seus filhos repartirem. Beijou sua mulher e cada um de seus filhos, saiu decidido a conseguir uma vida mais satisfatória para a sua família, pois por mais que tivessem dificuldades, ele os amava mais que tudo na sua vida.

O sol havia acabado de nascer quando seu Zé chegou ao trabalho. Era a construção de um prédio de advocacia muito importante. Na hora do almoço tirou sua marmita, havia arroz e feijão.

Como hoje ele estava decidido a mudar sua vida deu-se ao privilegio de comer bem. Depois levantou e voltou ao trabalho na construção e trabalhou, trabalhou até o final da tarde. O sol já havia se posto e seu Zé ficara por último na construção.

Sentia-se mais feliz, pois havia se esforçado muito no trabalho naquele dia e sabia que seria muito bem recompensado. Mal esperava para chegar em casa, encontrar sua família, sentar junto a eles, conversar sobre como seus filhos foram na escola... Mas de repente uma tragédia aconteceu.

Seu Zé tropeçou em uma das barras e caiu.

Foi caindo de uma construção de onze andares e encontrou o chão no meio do tráfego da grande São Paulo.

Deram nove horas e seu Zé não chegava 10h30m e nada de seu Zé, dona Antonia estava preocupada como marido que não chegava do trabalho e também não dava notícias. Mas notícias, dona Antonia não iria receber tão cedo, pois José Dias encontrava-se morto, sozinho, no meio de uma rua com milhares de pessoas.

Regina

2007