S Ó /

Carlos Celso-CARCEL (Pernambuco)

Quatro paredes, o teto, o solo frio e eu;

o silêncio que conforta ou que até martiriza.

da porta por suas frestas sinto o sopro da brisa,

de fora ouço corrente a água, chove ou choveu.

E aqui no meu refúgio é imensa a solidão,

vejo luzes no seu teto a iluminar e aquecer;

sei que está claro, está quente, mas pareço nada ver,

na verdade sinto frio e só vejo a escuridão.

Só imagino quão belo é o universo da vida

e dele quão distante fica a pessoa perdida

a flutuar nessa névoa como fosse o próprio pó.

Porém é como se fosse, porque é gente, é ser

ausente desse universo, mergulhado no sofrer;

é alguém abandonado, sem ninguém, um ímpar, só.

Carlos Celso
Enviado por Carlos Celso em 17/05/2010
Reeditado em 07/07/2021
Código do texto: T2262092
Classificação de conteúdo: seguro