Na estante empoeirada
(jazem) livros silenciosos
a hora tambem morre
diante da expectativa na linha do tempo,
por algumas vezes a ausencia faz pausa
janelas espiam nos olhos
na travessia do vento pela sala
o medo nas paredes da casa
vai rangendo
medo ?
a, estão a salvo os corações da cartolina
estorias historicamente desertas
põe-se ao longo horizonte
a dor nas costas do tempo velho
não me deixa curvar até o fundo d'álma
mas estou pronta
para ser reciclada
entre as árvores
e claridades lunares
sensivelmente triste
entre o mundo e as flores,
não ha rebeldia na noite
apenas escuros nos pés..
falta canção..
eu sei...
mas , ja é hora da reciclagem
o vento rasga a cortina
bate a porta
geme em meu ouvido
eu sei ...
a hora chegou
viajantes partem , regressam
partem de novo , morrem ...
a vida embarca em aviões
ou no fundo do olhos,
algumas horas as flechas são luminosas
atrás do horizonte tem colinas
mas faltará cançaõ
e o vento teimoso dança sobre a mesa
derruba os desenhos , a poeira esta la , na estante
nos livros mortos..
e a cartolina ao chão estatelada
mostra os corações laminados amassados
sensivelmente tristes,
apenas papel laminado,
falta canção
falta tudo
que não é possivel encontrar mais...
e o vento tomba o lápis, entorna a tinta
afinal
e hora da reciclagem e de um novo desenho,
e hora do tempo olhar nos olhos
através da janela do vento
e dizer :
eu sei ...
não há mais canção...
apenas poeira sobre livros mortos
apenas o vento inventando acordes
apenas o nada entre a mesa e o chão...
tintas derramadas
ja nao formam coração
na linha do tempo as vezes ate o vento
é em vão...
eu sei...! ja não ha cançaõ
é hora de reciclagem
de compor nova EMOÇAO.
cada livro em sua página
respeitando o tempo que mofou
raspando os fungos , usando máscaras
para no aspirar bolor
caracteres tortos
não ha mais cançaõ
não mais se cantou
sobre a estantes livros mortos
empoeirados
envenenados
irreciclaveis
ilegiveis
irrelevantes,
e o vento avança
avança lentamente
sobre a estante...!


olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 11/02/2011
Reeditado em 19/04/2013
Código do texto: T2784900
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