PASSANDO A LIMPO

Nas aulas da vida,

o mestre escrevia no quadro

negro.

Que era

Verde.

E eu copiava suas palavras em

branco giz.

Passava tudo em

grafite.

Ansiava por, logo mais,

viver outra cor na correção:

o azul.

Precisava sedimentar tudo.

Camada por camada,

de modo a formar minha montanha

geo-linguística.

Passar a limpo as lições,

gerava sempre o pudor

de temer outra cor.

A vermelha.

Ele teria que saber sublimar os erros.

Eu, saber sublinhar o essencial.

Mais ou menos como a vida.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 22/07/2011
Código do texto: T3112258
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