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Nossos corpos estão à deriva

entre os lençóis revoltos,

depois que a tempestade

fez do nosso leito

um oceano cansado de amar.

Não há mastros nem velas enfunadas

nem horizontes

nem paisagens

diluindo na névoa

do cigarro dividido.

Os nervos abrandados

gemem nas enxárcias

as sombras e a saudade

de um mar inexistente.

Em algum lugar há um porto

- nós sabemos -

onde iremos aportar uma outra vez

e de onde, uma outra vez,

nós partiremos...

Waldy Würdig
Enviado por Waldy Würdig em 04/01/2014
Reeditado em 04/01/2014
Código do texto: T4636342
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