Benedito

Ele sentado e concentrado

No banco da praça

Soprava sua flauta despreocupado.

Pouco importava se chamava a atenção

Que dele achavam graça da música

Que tocava de coração.

Uma pessoa inocente.

Diferente de muita gente

Que ficava admirado do som

Que conseguia.

Pois dizia que estudava

E esse era o motivo que muitas músicas

Ele tocava todo o santo dia.

Sentia uma pessoa vitoriosa.

Ajuda, ele teve e o instrumento comprou.

Ensaiava uma música diferente

Para tocar com carinho e afeto

Para quem o ajudou.

Não quis saber de conversa.

Compromisso, já estava marcado.

Levantou-se e na primeira esquina

Sumiu todo apressado.

Fiquei parado sem nada comentar.

Só fotografei e sua foto arquivei.

Pois sei que futuramente muita gente

Dele vai perguntar e seu retrato mostrarei.

Para muitos, ele é um pobre coitado e esquisito.

Que sem dignidade e com falsidade

Não chamam pelo nome deixando-o

Aborrecido e aflito.

Fica nervoso e tristonho.

Sai falando sozinho dizendo

Que foi registrado e batizado

Com o nome de "BENEDITO".