"NÃO CONTEM COM O FIM DO LIVRO"

I

Não contem com o fim do livro,

Pois provas, temos de sobra

De sua sobrevivência

E de sua grande influência

Nas mentes nas atitudes,

Humanas em sua essência.

Da arte à filosofia

Patrimônio de excelência.

Que abala o ser amiúde

II

“Não contem com o fim do livro”

É obra de Umberto Eco

E D’Jean-Claude Carrière

Com prefácio em argumentos

De Jean Philippe de Tonnac.

Juntos, defendem que o livro

Do papiro aos codexs

E aos rolos de pergaminhos

Nem com a força do E-book

Jamais virá a faltar.

III

O Livro vence barreiras

Cria histórias num sem fim

Traz marcas à humanidade

Do antigo ao medievo

Moderno e contemporâneo

Olho em futuricidade.

Não há fogo que resista

Em sua força há tempestade

Insistência, pois, não falta

Até cinzas suscita-o, sim!

IV

Não contem com o fim do livro!

Tamanha a necessidade!

Tanto dá lume à vida,

Quanto leva à escuridade.

Há obra pra todo gosto

E gosto ‘para o que falar.

Nem filtragem nem fogueira,

O que se pensa em salvar?

Se sobrar ao menos a Eneida

Por Virgílio é viajar.

V

Viajar por outros mundos

Sem a cultura ameaçar

Do Olhar de Michelangelo

Ao “Funes” - memorizar -

História tem outros fundos

E em Homero uma Odisséia.

Do Pêndulo de Foucault

A Shakespeare, Flaubert, Balzac.

Dos conceitos de Truffaut

Pra maluco interpretar.

VI

Não contem com fim de nada

O Retrô já se encarrega

Dito antigo está na moda

E a prova está no verso

Livro foto imagem e som

Na arte pra aculturar.

Se há perdas em Aristóteles

Não se deve vacilar

Pois outras tragédias, sim

Estão a nos rodear.

VII

Livro segue protegido

Mesmo com todo mistério

De ser fogo literário

Que arde dentro do Ser.

No exercício imaginário

Cumpre então o seu dever.

Espaço para enganos

Espírito, mito e secular

Frustrações e vaidades

Garantem o seu linguajar

VIII

Não contem com o fim do livro

Nossa vida é tessitura

A viagem vai mui longe

Céu ao limbo inferno e Dante.

Cristo, Sade e Victor Hugo

Paulo apóstolo e doravante

Joyce , Rosa, Drumond, tudo,

Intertexto, ekphrasis e ‘vício

Ao menos por um instante.

IX

Se com o livro é prá contar

Não preciso esclarecer

Que o Patrimônio cultural

Conseguiu nos envolver

Nietzsche Lispector e Platão

Bunyan, daVinci e Rebelais.

Nem c’a damnatio memoriae

Tendem a desaparecer.

E nesta’ obra, é preciso falar:

O Brasil, Eco tinha que envolver.

Jailson Estevão dos Santos
Enviado por Jailson Estevão dos Santos em 22/02/2012
Reeditado em 23/07/2012
Código do texto: T3512493
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