MEU ENGENHO DE AMOR

Quis falar-lhe que não dá
p'ra ter-te sem solidão.
No acorde fino do lá,
melhor que o diapasão.

É por teus lábios que choro,
dessa pura imensidade,
que mirando o céu ora oro,
que eu ainda tenha idade.

De levá-la acima do ar
nos degraus de um poemeto
até um épico do amar.
Isso é o pouco que prometo.

Quis falar-lhe sobre um sim,
na cura da inanição
daquela estória sem fim
que me preenche de ação.

E desde o beijo antes quero,
Os teus olhos que eu desenho.
E tudo isso que eu paquero,
Muito é para meu engenho.