Cachoeira humana

Um corpo, um viaduto,

um homem absoluto,

o ar, um pulo que há.

Isso é quase nada.

Corpo sem sobretudo,

vestindo quase nada.

Era mesmo um nada.

Ele, antes do pulo.

Depois apenas horror!

Um nome em um homem.

uma vida e só isso.

Era menos que todos.

Tornou-se além de tudo,

uma ameaça a virar

pandemia ou desejo,

pensamento de adulto.

Cachoeira humana

que não deságua no mar.

A criança gravada

em alguma memória,

talvez para um balão.

Um dia ele caia,

talvez de um avião,

ou saia do rabecão.

Planta a sete palmos,

raízes não são vistas.

Os Caules que não floram,

brotos que não defloram

e frutos que não vingam

a flora que foi fauna.

Concreto a esperar,

esse corpo a voar

o trânsito a atrasar,

motores desesperar

O tempo, a história.

O caos a recriar!