Leitura – Mundo e Palavra numa mesma Compreensão.

Leitura – Mundo e Palavra numa mesma Compreensão.

Roberta Cavalcanti

Pós-graduanda do Curso de Literatura Brasileira da Faculdade Frassineti do Recife – FAFIRE.

RIBEIRO DE OLIVEIRA, Maria Lúcia. Ler: um jeito de compreender o mundo. Travessia. Ano IX, nº1. Dez.2007.

Em seu texto “Ler: um jeito de compreender o mundo”, Maria Lúcia Ribeiro Alves inicia chamando atenção para a questão da polissemia da noção de leitura – diversos sentidos que tem a leitura.

A autora, citando Orlandi (1998), esclarece os possíveis entendimentos de uma leitura, como:

“a construção de um aparato teórico e metodológico em relação a um determinado texto ou autor; a noção de leitura como aprendizagem formal, a alfabetização; e, finalmente, a leitura numa perspectiva discursiva, ou seja, como um processo cognitivo e dialógico, no qual integram o dito e o não-dito” (p.31).

Para refletir sobre leitura, Ribeiro Alves recorre à Perspectiva Discursiva e os diferentes modos de ler, e mais uma vez citando Orlandi, explica que “esses modos são muito variáveis e certamente indicam diferentes formas de relação dos leitores com o texto” (p.32).

Ribeiro Alves salienta a importância do processo interativo e do inferencial na leitura com uma perspectiva discursiva. Em relação ao processo interativo, a mesma recorre a Widdowson (1979) e Marcuschi (1985 e 1999) e explica que a leitura deve ser vista, através do texto, como uma relação interativa entre leitor e autor, formando o famoso tripé: Autor – Leitor – Texto. Quanto à leitura como processo inferencial, a autora vai buscar em Clark (1977) a explicação de que inferência é algo novo que o leitor introduz nos elementos dados (no texto).

O texto também cita a leitura como processo cognitivo, onde o conhecimento prévio do leitor tem papel de suma importância. Para explicar melhor esse processo, Ribeiro Alves usa as palavras de Kleiman (1992) “o conhecimento prévio tem a ver com o conhecimento lingüístico do leitor (a bagagem linguística que o leitor possui) e o conhecimento de mundo do leitor (...)” (p.34). Quanto à leitura de mundo, a autora recorre às palavras de Paulo Freire e explica que “o leitor já lê o mundo através dos sentidos, das emoções, dos gestos, olhares, etc.” (p.34).

A autora finaliza dizendo que a concepção de Paulo Freire sobre leitura remete a uma perspectiva discursiva, e que esta vê a leitura como processo cognitivo e dialógico, leitura de mundo e da palavra.

Roberta Cavalcanti
Enviado por Roberta Cavalcanti em 22/09/2009
Código do texto: T1824456
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