Gog - o poeta do Rap

Essa resenha não é sobre um álbum ou uma música, mas sim, uma opinião sobre o trabalho do rapper Genival Oliveira Gonçalves, mais conhecido como Gog.

Gog é natural do Distrito Federal, da expansão satélite Sobradinho, comunidade formada em sua maioria por pessoas de baixa renda do DF.

Um ponto marcante do rap cantado por Gog, é a utilização de pouquíssimas gírias ou palavrões, além de um português correto e de fácil entendimento pelo público em geral.

Gog também já morou no estado de São Paulo, o que faz com que sua música-poesia seja bastante escutada e cultuada por outros grupos paulistas como o Realidade Cruel e Face da Morte.

Com as raízes fincadas na terra do poder, inspiração não deverá faltar ao Gog, já que vivemos tempos de dinheiro na meia, na cueca, na bolsa e com direito a oração de agradecimento à propina. Isso com certeza vai render boas letras a esse verdadeiro poeta, que declama seus textos sobre uma base musical extraída de um conjunto de aparelhos chamado "pick ups".

Gog sem dúvida é uma boa influência aos jovens, já que suas letras são de cunho social, político e do cotidiano do estudante e do trabalhador que vive em locais com pouca infra-estrutura e baixa renda.

A crítica feita por Gog em seus poemas é direta, e tem a propriedade de quem sabe exatamente o que está falando e tentando passar ao ouvinte.

Músicas como "Assassinos Sociais" e "Cavalo sem dono selvagem" mostram bem que alguns têm o poder e o utilizam para o mal, e manda o recado para quem está na base da pirâmide não se entregar tão fácil; e na música "Malcom X foi à Meca, Gog ao Nordeste" (2006), mostra um pouco de sua visão da reeleição do governo Arruda.

O rap de Gog com certeza deixará os ouvintes mais inteligentes, perspicazes e contestadores, expandindo o foco para a visão lateral, já que geralmente olhamos tanto para frente, que acabamos por esquecer e nem perceber o que se encontra ao lado.