RESENHA DO "EU"
Eu me defino a todo instante mas, nenhuma de minhas definições são fiéis.
Se são fiéis, não me conheço o bastante para me definir e se me conheço, como posso eu ser diferente a cada momento em que me defino?
Se choro, choro porque perco, as vezes porque ganho e as vezes por não ter nenhum motivo para chorar.
Se sorrio, sorrio pelo que tenho, pelo que quero e, ora, por aquilo que nunca tive e por aquilo que nunca quis.
Quando estou sozinha acho graça de mim mesma e, se tenho sua companhia, posso estar rindo com você, ou, de você.
Se grito, é por que quero que me ouçam mas, pensando bem, falando baixinho é até mais fácil conseguir atenção.
Se corro, é porque quero alcançar depressa e se corro um pouco mais, é porque não quero que me alcancem.
Se abro os olhos, é para enxergar os outros. Se fecho os olhos, é porque quero enxergar a mim mesma.
Se ainda vivo é porque tenho muito para descobrir. E quando morrer, quem sabe eu comece a entender os enigmas que passei a vida inteira tentando decifrar.
Ass.: EU