Prefácio do meu Livro Beltrano dos Santos

Conheço André Anlub há muitos anos. Conheço a poesia de André Anlub há muitos anos. Delicio-me com ela desde que a conheci. Não me falhou uma vez que fosse. Ainda não entramos (e duvido que entremos) naquela fase da amizade em que passam-se os dias e ninguém sente a falta mútua. Não sei que falta a poesia de André Anlub sentiria de mim, da leitura sempre atenta que faço dela, mas eu mais do que posso imaginar o anverso...

Desde que conheço André (ou a poesia dele, pois de seu autor tenho o que se pode ter de uma amizade virtual; excelente amizade virtual – já me valeu em horas de aperto e muita alegria/prazer/satisfação sempre me dá com suas observações precisas e preciosas), um detalhe me chama a atenção. É gritante para minha atenção: o senso de ritmo de nosso poeta. Em uma dessas auto-apresentações que a gente faz aqui e ali (acho que é no seu email) André informa que toca bateria. Pois a poesia dele, com seus ritmos quase tão ásperos quanto os de João Cabral de Melo Neto, sempre me despertou a vontade de vê-lo tocar seu instrumento. Porque se André “entorta” os ritmos tocando como “entorta” escrevendo, merece entrar para o hall da fama do instrumento.

Alie-se a isto uma temática quase sempre carregada de, sem favor nenhum, boa intenção - no sentido de provocar reações positivas, fazer pensar no que vale a pena pensar, mexer com sentimentos que não devem ficar parados - e tem-se um poeta muito, muito peculiar. É uma honra para mim apresentar o Beltrano de André para todo e qualquer bom leitor de boa poesia. Os demais não me interessam muito, vou ser bem franco e honesto. Com Fulano e Sicrano, tem tudo para ser “tri”, como diz o gaúcho. Eu sou gaúcho. A poesia de André é universal.

Rogério Camargo