NOSTALGIA CRÔNICA

Não é difícil vermos quão nostálgico o atual governo do nosso País é. Sempre que se tem oportunidade e palanque, com um microfone à mão, se faz menção às torturas que sofreram, mas esquecem-se que também torturaram, sequestraram, roubaram casas e bancos e também mataram.

É importante lembrar que o regime ditatorial que o Brasil viveu foi extremamente nebuloso. No entanto, é bom também lembrarmos que os terroristas – estes que estão no poder – atrasaram o processo de retorno da democracia, estendendo o que deveria ser algo provisório. Havemos de perceber um enorme paradoxo.

Assistimos a uma entrevista na qual uma jornalista relatou que foi presa e torturada. Ela falava que pretendia retratação dos militares que a fizeram sofrer no cárcere, mas foi enfática ao declarar que não tinha interesse financeiro, tampouco iria pleitear indenizações, porque o que ela defendia para o Brasil era aquilo que acreditava ser bom. Ainda na visão desta jornalista, as pessoas que correm atrás de indenizações (e são muitos) mostram muito bem qual era o verdadeiro interesse escondido por traz dos protestos.

O Governo, por sua vez, se encarregou de criar uma tal “Comissão da Verdade” que busca suprimir a Lei de Anistia. Aquela na qual teriam sido perdoados os crimes de ambos os lados. Engraçado é que não se fala nas audiências sobre as pessoas que os terroristas mataram ou sequestraram, apenas se apura os crimes dos militares. Esta “Comissão da Verdade”, em verdade, se mostra como mais um instrumento que busca reviver, talvez como uma forma nostálgica e sádica, os sofrimentos da époda do Regime Militar. Parece-nos não se ter a menor intenção de virar esta página da nossa história. Há uma espécie de ranço revanchista, com caráter punitivo de ex-agentes do Estado.

Mas temos a esperança de que a própria história se encarregará de acomodar cada coisa em seu devido lugar. É a história que julgará melhor os acontecimentos da nossa sociedade, e se for assim, viva! A nossa sociedade evoluiu.

LUCIANO SILVA
Enviado por LUCIANO SILVA em 04/09/2014
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