Bondía e Adorno
 
 
O Bondia diz que as pessoas estão sem tempo para viver experiências e o que as impedem é suas maneiras de se comportarem, como por exemplo: falarem muito, ouvirem pouco e estarem insatisfeitas com as coisas das quais vivem, e por isto, estão sempre experienciando coisas novas com muita rapidez, e assim, não criando vínculos com coisa alguma. As pessoas mal começam a fazer algo e logo se sentem motivadas para pararem o que começaram, com a desculpa de quererem se lançar em algo novo. E assim, o novo envelhece em questão de segundos.
Eu penso que, ao contrário do que pensa o autor, tudo pode ser uma experiência, até mesmo a troca do novo pelo novo, é experiência.          
Por exemplo, uma simples viagem para um outro País, pode se tornar uma grande experiência. É possível que possa até modificar um estilo de vida.                
A experiência pode começar pela primeira viagem de avião, pelas pessoas incríveis que vai se encontrando ao longo da viagem, ou até pelas pessoas desagradáveis que se vai encontrando pelos caminhos.
Experiência é tudo o que se vive, se aprende e que deixa vestígios em nós. Aprende-se até com a convivência com pessoas que não sejam das mais agradáveis, ou éticas. Pois, ao ser percebido a incapacidade dessas pessoas em lidarem de uma maneira digna com a vida e com o que está aos seus redores, pode-se aprender a não ser como as mesmas são. 
No dicionário o significado de experiência diz que: experiência é empirismo, prática de vida, ensaio, que a pessoa é capaz de experimentar, reconstruir e modificar algo. E esse algo pode ser também através da observação...
Enfim, a minha visão sobre a experiência é completamente diferente da visão de experiência de Bondia. 
 
*Sobre o artigo Notas sobre a Experiência e o Saber de Jorge Larrosa Bondía.
 
Bondia ao denominar o par informação/opinião nos coloca  dentro de uma sala de cinema frente a uma tela assistindo a qualquer “coisa” e formando opiniões ao termino do filme, do documentário, ou seja lá o que se estiver assistindo.
Neste momento nada nos aconteceu, nada vivenciamos, nada sorvemos de importante, além de informações e opiniões que teremos para manifestar.

Na verdade Adorno fala sobre a indiferença do ser humano atual. Talvez por essa indiferença generalizada as pessoas estejam mais preocupadas em coletarem informações e as devolverem para os que ainda não as têm. Por fato, ninguém esta interessado em suas experiências pessoais. As experiências não são consideradas. Muito mais do que isto, elas são descartadas, por não serem fundamentas em nenhum intelectual considerado importante. Elas  são consideradas  simples vivências. Ninguém quer saber das experiências dos simples mortais, nem mesmo os próprios. Sendo assim, no coletivo, cada um usa de seu tempo para se informar o máximo que pode. O que as pessoas querem na verdade é serem reconhecidas, aceitas e incluídas, seja lá o que isso lhes custem.
Eu gostei  da parte do texto em que o autor fala sobre a palavra.  Achei bonito e concordo com a algumas das coisas que ele diz. Entretanto,  faço uma ressalva na parte em que ele afirma que o homem é a palavra, é a visão e é os sentidos, pois se eu concordar com ele, eu estarei excluindo os surdos, os mudos e os cegos.
 
Mari Silva
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 24/04/2015
Reeditado em 26/07/2015
Código do texto: T5218463
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