FULL MOON volume 7 (final): o destino de Mitsuki

FULL MOON volume 7 (final): o destino de Mitsuki
Miguel Carqueija


Resenha do volume 7 (final) do mangá “Full Moon o sagashite” (À procura da Lua Cheia), de Arina Tanemura. Editora JBC, São Paulo-SP, 2009. Editora Sueisha, Tóquio, Japão, 2001.

Mitsuki Koyama, tendo 12 anos no início da história e 16 na sua transformação em Full Moon, chega ao final com 13 Anos e, como a cantora Full Moon, com 17, graças á magia dos shinigamis ou gênios da morte.
No último volume, que apresenta os capítulos 28 a 30 e pequenas histórias extras, Mitsuki, com a sua doçura e bondade obtém a redenção dos shinigamis e o esclarecimento da sua própria vida, depois que Izumi e Jonathan tentam matá-la — mas a essa altura os shinigamis já se encontram divididos quanto à aplicação da sentença de morte contra a garota. Chegamos à própria explicação da existência do mundo dos shinigamis.
Convém esclarecer que esta simpática fantasia nada tem da morbidez assustadora (porém inteligente) do famoso mangá “Death note”. Em “Full Moon” os shinigamis possuem sentimentos humanos, por serem humanos que se suicidaram, e a pureza de Mitsuki — cuja morte até certa data-limite havia sido decidida — levou a dupla inicial, Takuto e Meroko, a lutar por ela.
Diga-se de passagem, porque Mitsuki tinha apenas doze anos, eles eram da “ala pediátrica” e usavam trajes infantis de gato e de coelha...

Quem determinou que vocês são shinigamis?”
(Mitsuki Koyama)

“Não acho que seja assim. Vocês têm asas branquinhas. E com elas... vêm buscar as almas que perderam seus corpos. Para mim, é o símbolo daqueles que são os enviados dos Céus. Um desejo não retribuído. Um olhar carinhoso por já ter sofrido muito. Se você avança... levando consigo suas lágrimas... eu o chamaria de “anjo”!”
(Mitsuki Koyama)

“Mas se a Lua existir... e seu brilho carinhoso for a alma que ilumina minhas trevas... quando eu olhar para o céu, nascerão palavras brilhantes e de âmbar.”
(Mitsuki Koyama)


A história de Full Moon, a cantora que entusiasmou multidões com sua pureza vocal e interpretativa e a beleza das suas canções, e que na verdade era uma adolescente marcada para morrer por conta de um câncer na laringe, encerra-se com uma redenção geral dos personagens. No fim nenhum dos “shinigamis” (deuses da morte, ou mais propriamente gênios) encarregados do seu caso queria que Mitsuki Koyama, a Full Moon, morresse; todos passaram a amá-la. Alguns resolveram virar anjos e abandonar a vida de coletores de almas; por conta de sua grande pureza e sua grande utilidade em vida, Mitsuki já não está marcada: seu nome sumiu da lista e a foice da mestra dos shinigamis não consegue matá-la e nem feri-la, mesmo atravessando seu peito. Mitsuki viverá, cantará... e encontrará o amor.

NOTA: shinigamis, figuras folclóricas japonesas, são entidades ligadas à morte, semelhantes à banshee da Irlanda ou mesmo da figura da morte personificada, encontradiça na cultura ocidental, a figura de manto negro, capuz, foice, vista até num desenho do Pica-Pau.

Rio de Janeiro, 8 e 9 de outubro de 2017.