WALL-E

(EUA, 2008)

Direção: Andrew Stanton

Sinopse:

Estamos no século XXIX.

O planeta Terra tornou-se um lixão a céu aberto. Prédios cobertos de fuligem e poeira confundem-se com enormes pirâmides de cubos de lixo empilhado. Ainda estão em funcionamento alguns outdoors da Buy N Large ("Comprando Tamanho Grande"), a mega-corporação que levou a humanidade para viajar pelo espaço em espaçonaves com tripulação automatizada enquanto a Terra estivesse inabitável.

O trabalho de "limpar" a Terra coube aos robôs do tipo Wall-E. O nome é na verdade a sigla para Waste Allocation Load Lifters - Earth ("Elevador de Detritos - Classe Terra"). Muitos deles "pifaram" ao longo dos anos, mas restou um. O último Wall-E começa sua rotina de manhã, "calçando" suas esteiras rolantes e recarregando sua bateria solar. Em seguida, Wall-E começa seu trabalho, compactando o lixo em blocos e guardando em um depósito todos os objetos que julga serem de algum interesse - patinhos de borracha, miniaturas de gnomos, cubos mágicos, luzinhas de natal, caixinhas de jóias e isqueiros. Sua "preciosidade" mais querida é uma fita de vídeo cassete de um filme do século XIX chamado "Hello, Dolly!" (1969), que está travada no trecho do número musical "Put On Your Sunday Clothes”. Quando vê este trecho do filme, o robô Wall-E se empolga e deixa aflorar seu "lado humano"(!)

Um dia Wall-E estava cumprindo sua diretriz de funcionamento quando encontrou uma pequena plantinha, algo que não era visto há centenas de anos. O robozinho retira a plantinha com cuidado e leva para seu depósito de objetos.

As coisas nunca mais seriam as mesmas depois que uma espaçonave pousa na Terra trazendo EVA - Extra-terrestrial Vegetation Evaluator ("Avaliadora de Vegetação Extra-Terrestre"), uma robozinha voadora e de temperamento explosivo pela qual Wall-E se apaixona.

EVA tem uma diretriz sigilosa, mas quando Wall-E mostra para ela a plantinha que encontrara, ela captura a plantinha, guarda no seu interior e seu sistema é desligado, ficando à espera do retorno da espaçonave que a trouxera para a Terra para terminar a sua missão.

Enquanto isso, em algum lugar do espaço, a nave AXION segue sua Jornada do Ócio, levando como passageiros os remanescentes da humanidade, um grupo de obesos que passam seus dias sentados em poltronas ultra-confortáveis equipados com telas planas de computadores da mais alta tecnologia.

Opiniões dos Críticos:

Laís Cattassini, do site Cinema com Rapadura:

"Enquanto Woody, Buzz (Toy Story), Sulley (Monstros S/A), Relâmpago (Carros) e Remy (Ratatouille), de outros filmes anteriores, exibiam suas incertezas e conflitos para se tornarem mais humanos ao público, Wall-E não precisa disso. Ele é o único com personalidade humanitária, com os detalhes que tornam a espécie sobrevivente e curiosa. Wall-E é o mais humano de todos os personagens da Pixar. "

Érico Borgo, do site Omelete:

"O balé espacial de Wall-E e Eve é pra entrar para a história das animações ao lado do spaghetti com almôndegas de A Dama e o Vagabundo. E se o final soa um tanto óbvio e previsível, já estamos suficientemente cativados por esse personagem e seu universo pra chegar à feliz conclusão de que às vezes o óbvio bem realizado é exatamente o que queremos. E se isso não bastar, logo depois há aquela belíssima seqüência de créditos finais, verdadeira aula de história da arte, começando nas pinturas rupestres e seguindo até os gráficos digitais no estilo Atari. Gênios."

Rodrigo Carreiro, do site Cine Reporter:

"A preocupação com os mínimos detalhes e o perfeccionismo visual contribuem decisivamente para a clareza narrativa de “Wall•E”, mas o resultado não seria tão interessante sem a extraordinária concepção de som, deixada a cargo do craque Ben Burtt. O designer sonoro, dono de quatro Oscar, é íntimo dos robôs – ele concebeu o som dos seis “Guerra nas Estrelas” – e por isso foi chamado para o trabalho. Para criar todos os efeitos sonoros e a edição de som meticulosa do longa-metragem, Burtt lançou mão de todo o seu arsenal de truques. Montou uma biblioteca com 2.400 arquivos sonoros e, munido das ferramentas tecnológicas mais avançadas, inventou sons cômicos e dramáticos para cada protagonista (o crédito diz que Burtt fez o “planejamento de som”, título que define bem o trabalho dele). O trabalho do cineasta Andrew Stanton consistiu, portanto, em combinar os sons com a expressão corporal (?) das máquinas, desenvolvida pelos animadores, pincelando a história com momentos de comédia e romance. E tudo funciona às mil maravilhas."

Daniel Oliveira, do site Pílula Pop:

"Acima de tudo, porém, “Wall-e” é um convite à vida e ao que de mais precioso ela tem a oferecer: o amor. Porque mesmo quando a gente parece ter estragado tudo e as coisas estão terríveis demais, um robô atrapalhado e tímido parece nos olhar e dizer o que aprendeu com o ser humano: nas horas difíceis, dance."

Pablo Villaça, do site Cinema em Cena:

"Stanton cria seqüências de imensa poesia, permitindo que a simples beleza plástica domine momentaneamente a narrativa, como na seqüência em que WALL•E e EVA flutuam no espaço impulsionados pela espuma de um extintor de incêndio e por jatos violeta que se cruzam num balé que remete à Fantasia, de 1940."

AIRTON SHINTO
Enviado por AIRTON SHINTO em 29/06/2008
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