O curioso caso de Benjamin Button
 
O Grupo do Filme se reuniu mais uma vez. O filme escolhido foi The Curious case of Benjamin Button. Nada melhor para uma quente tarde de sábado do que reunir-se com amigos para ver um bom filme, conversar e...comer.

O filme está passando na cidade, mas a cópia pirata chegou antes. Foi Rosângela quem levou, mais uma vez. Lá estávamos, eu, que tinha jurado não ver esse filme, Helena e Rosangêla que já haviam visto, a dona do Cine-Lar, Conceição, Marlene,Beth e Lucinha.
O Curioso caso de Benjamin Button foi extraído de uma conto escrito por F. Scott Fitzgerald e publicado no livro que se chama (acho) Contos da Era do Jazz. A adaptação foi feita por Eric Roth – o mesmo de Forest Gump, O Informante e Ali. Uma senhora adaptação – a técnica escolhida para o desenrolar da história é fantástica. Ponto alto do filme. Os atores muito bons: Brad Pitt (lindo, a medida que vai enovecendo e se aproximando do seu real), mas não merecia mesmo ganhar o Oscar. Kate Blanchet, soberba; Tilda Swinton, em um papel interessantíssimo; maravilhosa a interpretação da mãe, Queenie, a mulher que o recolheu quando rejeitado por seu pai e que cuidou dele de forma excepcionalmente amorosa e cuidadosa. A atriz, valha me Deus, mas esqueci o nome, ganhou o Oscar como coadjuvante.

O livro é um drama fantasioso. Nunca se viu nada assim acontecer e não há previsibilidade para que aconteça. Então qual o real sentido de fazer um filme com uma história tão sem pé nem cabeça? Qual a mensagem do filme? O que realmente o seu realizador pretendia ao alavancar a filmagem? Sei lá, mas que diferença faz? O importante em qualquer mensagem artística é o que provoca em cada um de nós. Assim tanto faz um homem nascer velho e desaparecer novo, colocar um transatlântico dentro de uma garrafa de xarope ou fazer um camelo passar pelo buraco de uma agulha desde que a história seja bem contada. E essa foi.

Para mim a chave passa pela inexorabilidade do tempo, a incapacidade que temos de não conseguir controlá-lo de forma alguma. De não conseguir ao menos conceituá-lo. Mas outros pontos podem servir para temas de discussão ou mesmo reflexão  e parece ser essa uma das mensagens do filme: só o amor vence o tempo. Porque é difícil compreender a ligação que existe entre o casal de protagonistas, levando-se em conta que o tempo para eles caminha em direções opostas: enquanto a cada dia ela envelhece mais com ele acontece o contrário: rejuvenesce. Era por isto que eu não queria ver. Achei que iria me sentir mal. Mas não me senti. Gostei muito. Principalmente dos momentos em que ele compreende que é preciso tomar uma decisão: e toma. E é isso que faz dele um homem íntegro, bom e inteligente. Sabe qual é o seu destino. E o aceita. Sem pensar só em si. Por amor.
Ponto falho não no filme, mas em nossa reunião. Assistimos o filme e assim que ele acabou simplesmente fomos lanchar sem falar mais nele. Em mim ficou uma sensação de coisa incompleta que estou tentando resgatar agora. Porque esta é a razão porque faço minhas resenhas. Para entender a mim mesma através de uma história que não é a minha. E certamente voltarei a escrever sobre esse filme: minha terapêuta vai assisti-lo para discutirmos juntas