O Poderoso Chefão (The Godfather)

Francis Ford Coppola, misto de irlandês com italiano, filho do maestro Michael Coppola, pertence a primeira geração de cineastas do pós-guerra com curso superior em cinema. Ele hoje é dono de uma vinicula e detesta cinema, enquanto a sua filha Sophie, é a cineasta oficial da famiglia Coppola.

Ele Francis Ford Coppola já declarou que odeia a obra pelo qual será eternamente conhecido, The Godfather, e que só de ouvir a música (de Nino Rota) que representa o filme, tem vontade de sair correndo. Na verdade, ele foi contratado pelos produtores para dirigir o filme, que fez tanto sucesso, que ele teve que fazer mais dois, de uma série. Tudo partiu de uma novela de Mário Puzo, contando a história fictícia de um imigrante italiano que se transforma em mafioso em Nova Iorque, para poder sobreviver em meio aos tubarões da Mão Negra, organização siciliana que tomava dinheiro de proteção dos pequenos comerciantes. O Livro de Puzo foi um best-seller, já que o assunto Máfia tinha chegado à mídia devido a uma Comissão de inquérito do senado e a um ex-mafiosos que pela primeira vez estava transgredindo a lei do silêncio, a Omertá, e denunciando os ex-colegas, em troca da proteção do governo, no programa de proteção “a testemunha recém, inaugurado. Mario Puzo mostrava o lado humano das famílias dos mafiosos, suas preocupações e problemática, e foi um sucesso instantâneo de público.

No filme, o conflito está centrado sobre o personagem Michael Corleone (Al Pacino), que, ao abrir mão de trabalhar nos negócios ilegais da família, es alista no exército, contra a vontade do pai Vito Corleone, o Don Corleone, (Marlon Brando), o poderoso chefão que, pessoalmente era doce e agradável, e vai para a Europa lutar na Segunda Guerra Mundial. O filme começa no pós-guerra, Michael está retornando e volta a casa paterna para a festa de casamento da irmã. Michael apresenta para a namorada (Diane Keaton), os personagens da família, falando de suas peculiaridades criminosas ao tratar dos assuntos da família. Mas ele seria diferente.

A história se desenvolve mostrando como Michael é desviado do caminho que escolheu e acaba tendo que assumir o lugar do pai na família, como se o destino fosse predeterminado, exatamente como ocorre nas tragédias gregas, onde o herói não consegue se desvencilhar do destino traçado.

Sendo um corte sociológico na sociedade norte-americana, o filme é eficaz em apresentar com sensibilidade os dramas individuais das famílias, sendo o segundo da série, que apresenta a juventude de Don Corleone( Robert de Niro), melhor ainda que o primeiro.

O terceiro, no entanto, com Andy Garcia, não vale nada, sendo apenas uma tentativa de faturar alguns trocados com a popularidade dos dois primeiros.

Mas se quiserem ver um filmaço de Coppola, vejam também Cotton Club, também sociológico e cheio de música de Duke Ellington e de vivacidade.