A felicidade que traz o Bem

Ser feliz e praticar o Bem é tão simples e tão fácil que somente um ser que adora complicar as coisas não consegue enxergar. Fora os problemas de ordem natural (ainda assim, dependendo da ótica em que sejam vistos), todos os demais foram/são criados pelo ser humano. Pior ainda: a maioria dos problemas individuais e sociais é de fundo psicológico e tem origem nos distúrbios emocionais adquiridos ao longo da existência de cada um.

Se realmente a vida imita a arte, bem que poderíamos imitar algumas de suas produções inspiradoras (e certamente inspiradas por obra Divina). Duas delas, da área cinematográfica, trazem a busca do Bem e da Felicidade como temas centrais. “A Corrente do Bem” (de 2000) e ”O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” (2001) são filmes que marcarão época por seu conteúdo atemporal.

O primeiro conta a história de um professor de Estudos Sociais de uma escola de ensino fundamental, que, no primeiro dia de aula, desafia seus alunos a criarem algo que possa mudar o mundo. Vivido pelo talentoso Kevin Spacey, o personagem traz no rosto vestígios explícitos de um passado estigmatizado pelo sofrimento.

Do outro lado, na condição de aluno, está Trevor McKinney (interpretado por Haley Joel Osment, de “O Sexto Sentido” – outra pérola do cinema). O menino, o único a extrapolar a proposta do seu professor, cria um novo jogo chamado "pay it forward" (o título do filme em inglês), em que um favor recebido por alguém deve ser retribuído a três outras pessoas. É a mesma lógica daquelas correntes para conseguir dinheiro, que esteve em moda na década de 90. A diferença é que na Corrente do Bem o que se busca é a solidariedade, o compartilhar da felicidade.

E por falar em felicidade, a procura pelo seu sentido essencial é um dos motes de ”O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Nele, o diretor e roteirista Jean-Pierre Jeunet traz uma personagem – Amélie (interpretada por Audrey Tautou, que teve grande atuação em “O Código Da Vinci”) – marcada pela inocência.

De comportamento estranho para os padrões sociais, Amélie se mostra arredia com o mundo, talvez descrente das boas intenções do outro. Tudo muda, porém, no dia em que ela encontra uma caixinha, escondida sob o azulejo do banheiro da casa em que mora. Descobrir seu dono e devolver a ele os pertences (apenas de valor sentimental) passa a ser o principal objetivo daquela jovem. Na verdade, um gesto que desencadeará uma avalanche de sentimentos e ações na sua própria vida e na de outras pessoas.

Sócrates, filósofo grego que viveu no século 4 a.C., dizia que o homem não pode alcançar a felicidade, senão pelo caminho do Bem. Este último, por sua vez, era visto pelo pensador como sinônimo da Verdade. Pela sua ótica, a Verdade leva ao Bem e vice-versa.

Quatro séculos depois nascia um homem que faria da Verdade, do Bem e do Amor o tripé para a felicidade nesta existência e na que vem depois. Tudo que se escreveu e se fez em nome do autor deste ensinamento poderia ser resumido nestes três pilares. Jesus foi claro, simples e direto ao tentar mostrar isto para a humanidade.

Voltando aos dois filmes mencionados, vale ressaltar que Trevor McKinney e Amélie Poulain têm algo em comum: ambos perseguem a felicidade e enxergam na prática do Bem e da Verdade o único caminho possível até ela.

Roberto Darte
Enviado por Roberto Darte em 29/05/2009
Código do texto: T1621511