Hanibbal

O canibal mais famoso do cinema ataca novamente! Continuação do famoso “O silêncio dos inocentes”, “Hannibal” segue a linha do primeiro filme, dando prosseguimento aos fatos apresentados na produção de 1991, que ficaram mal resolvidos.

Resumidamente, Hannibal Lecter é um psicopata psicanalista, cuja paranóia reside em sua bizarra mania de comer seres humanos. Ele esteve preso numa cela de segurança máxima por 8 anos, até que o FBI precisou de sua ajuda para pegar um genial serial killer.

Na época, Clarice Starling era apenas uma jovem policial iniciando a carreira. Conversar com Lecter era sempre algo perigoso, mesmo com a proteção de uma grossa parede de vidro. Ele conseguia invadir a mente de Clarice e deixá-la envergonhada de seus próprios medos.

Após várias idas e vindas, o serial killer é morto e Clarice vira uma promissora agente especial, mas Lecter escapa. Nesse ponto termina “o silêncio dos inocentes”. “Hannibal” aparece então como prosseguimento, para responder a uma pergunta insistente do público: onde foi parar o dr Lecter?

A resposta: escondido na Itália, trabalhando numa biblioteca, proferindo palestras sofisticadas e, eventualmente, fazendo refeições bem a seu gosto.

Mas essa relativa paz é perturbada quando Lecter fica sabendo que Clarice, por ser demasiado correta em suas atitudes, entra em conflito com os colegas corruptos do FBI.

A partir daí, teremos um enredo instigante, com direito a personagens fantásticos, como um ex-paciente e ex-pretendente de Lecter, que escapou do canibal com vida e quase nada do rosto, desejando ardentemente vingança e planejando matar o dr.

O filme é uma daquelas pérolas que Hollywood não cria todos os anos. A trama é envolvente, com momentos de um suspense incomensurável, um eventual humor negro sutil, e um lado psicológico pra lá de instigante.

Menos violento do que o primeiro, neste filme o emocional de Lecter é mais posto em evidência, até mesmo por ser ele o bandido da vez. Sua relação pessoal com Clarice também fica mais explícita, e aqui reside um dos pontos fortes da estória: o inusitado “romance”.

Sim, pois Hannibal é completamente apaixonado por Clarice, e prova isso por várias vezes ao longo do filme. E a moça, apesar de manter uma fortaleza de gelo e competência em torno de si, também não é de todo indiferente à cordialidade de Lecter. Parecem mesmo velhos amigos, separados por essa circunstância ruim, o cruel fato de um estar querendo prender o outro. Esse caldeirão de sentimentos rende um belo jogo de gato e rato.

Por fim, talvez este filme não seja melhor que o primeiro, mas tem seus momentos memoráveis: a monumental cena dos javalis, a famosa fritada de cérebro e, na seqüência, tudo que acontece quando Hanibbal e Clarice se vêem, finalmente, sozinhos dentro de uma casa, e Clarice não conta com seu tradicional revólver.

Jéssica Callou
Enviado por Jéssica Callou em 03/06/2006
Reeditado em 13/06/2006
Código do texto: T168946