O SEXTO SENTIDO

O Sexto Sentido é o meu filme predileto, para mim o mais apaixonante, aquele que eu classificaria como o melhor.

Tal entusiasmo nasceu de uma experiência muito pessoal a qual pretendo dividir com os leitores desse site.

A trama do filme é bem interessante, a história é envolvente e muito bem escrita, no entanto o que me cativou completamente nesse excepcional filme foi a cena final em que o personagem Dr. Malcolm Crowe, interpretado por Bruce Willis, descobre que morreu.

Na cena, ele adentra sua antiga casa e vê sua esposa saudosa assistindo o vídeo referente ao casamento dos dois. Ela murmura meio sonolenta “Por que você me deixou?”, ele diz “Eu estou aqui!” Nesse instante a aliança dele, que ela estava segurando nas mãos, sutilmente cai e rola pelo chão. Ele, então, verifica assustado que a aliança não está no seu dedo. Daí, através de cenas assinalando uma espécie de retrospectiva, ele finalmente constata que faleceu em função de um tiro efetuado por um antigo paciente.

Tal cena me deixou fascinado exatamente porque eu descobri junto com o personagem que ele estava morto.

Foi maravilhoso e esclarecedor para mim!

Eu simpatizo muito com o Kardecismo.

Nas minhas várias reflexões sobre os conteúdos espíritas, outrora eu indagava como seria estar envolto naquilo que o Espiritismo denomina “perturbação espírita”, fenômeno que ocorre no ato da desencarnação.

Quando o Espírito desencarna (morre), ele, segundo esse esclarecimento, experimenta uma espécie de torpor, ficando com as idéias bastante confusas, como se estivesse despertando de um longo sono. A duração dessa perturbação varia conforme o grau de evolução do Espírito e apego dele à matéria.

Pensando no tema e nos relatos sobre a informação adicional de que alguns Espíritos permanecem um bom tempo nessa condição sem saberem que estão mortos, eu questionava comigo como seria isso.

“Não haveria algo singular nessa situação que faria o Espírito perceber a verdade? Seria mesmo possível ficar nesse estado durante muito tempo?”

Vendo o filme, iludido com a situação do personagem, descobrindo simultaneamente com o mesmo que ele já tinha abandonado o mundo físico, verificando depois, na parte dos extras, as pistas que o filme deixou no seu desenvolvimento, pensei:

“Se um filme consegue causar tanta ilusão, impedindo momentaneamente a quem o assiste perceber que um personagem não está mais no mundo dos vivos, não deve ser nada impossível que, depois de nossa morte real, fiquemos atordoados chegando ao extremo de imaginar que ainda continuamos encarnados.”

Essa dedução suscitada pela descoberta surpreendente no ato de assistir ao filme é algo que considero espetacular.
Ilmar
Enviado por Ilmar em 10/01/2012
Reeditado em 30/01/2012
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