Battleship – A Batalha dos Mares (Análise e Crítica)

De imediato, a primeira dica: preparem os seus ouvidos! Baseado no jogo A Batalha Naval e co-produzido pela mesma empresa que articulou “Transformers”, todo o longa-metragem dirigido por Peter Berg é recheado de altíssimas explosões e ruídos metálicos, sem contar com a barulhenta trilha sonora com diversos sucessos do rock clássico dos anos 70 e 80.

A segunda dica é: não se iluda, ficamos sem a versão 3D desta produção! Talvez pelo enorme sucesso de “Os Vingadores”, os complexos de cinema decidiram não arriscar num filme que estrearia sem muito alarde. Levaríamos alguns sustos, grandes objetos de metal voariam na nossa cara... Mas não foi dessa vez, quem sabe em uma versão para Blu-ray...

A terceira dica é: esqueça inovações e surpresas de roteiro! Em um misto de ficção científica e aventura, a fita se centraliza no herói Alex Hopper, interpretado por Taylor Kitsch (o protagonista de “John Carter – Entre dois Mundos”), um rapaz de 26 anos, desacreditado em si mesmo, que por imposição do irmão mais velho entra para a Marinha como a última chance para mudar os rumos de sua vida. E lá – adivinhem! – torna-se o salvador do mundo, evitando a nossa possível extinção.

A trama soa até um pouco original: por meio de alta tecnologia espacial, cientistas conseguem transmitir informações, através de supersatélites, a um planeta que se situa em outra galáxia, intitulado Planeta G. Entretanto, uma raça de alienígenas, quiçá quase extinta, tenta usar desse experimento para contatar o restante do seu povo, posto que eles pretendem fazer da Terra o seu novo lar. É uma premissa até que interessante, mas tudo se perde numa chuva de clichês e furos grotescos que assolam a película. Nunca a NASA foi tão ridicularizada em outra produção cinematográfica como nesta, totalmente incapaz de interceptar qualquer tipo de ameaça.

Com efeitos excelentes, destruição para todos os cantos e máquinas futurísticas, é um prato cheio para amantes de vídeo games. Por outro lado, o aspecto humano é muito limitado, já que nenhum personagem, nem mesmo o protagonista, é bem desenvolvido. Ademais, as situações ali expostas propõem ao menos uma fala que explicitasse uma reflexão, que não se realiza. Se sonhamos um dia viver em Marte, por que não poderíamos dividir pacificamente nosso espaço com “marcianos”? Por que sempre temos de atacar primeiro para perguntarmos depois? Por que seria ultrajante deixar que outros destruam nosso planeta, se nós, os seus donos, já o fazemos? Ao contrário: o que se tem é um ponto de vista parcial e preconceituoso. Enfim, são demasiados os porquês, que nem chegam a ser propostos. Ou seja: uma bela moldura para um quadro sem imagem, mas o que é o essencial: a moldura ou a imagem?

Quanto às presenças de Liam Neeson e de Rihanna. Enquanto o primeiro é um talento desperdiçado, fazendo-me questionar a razão de esse grande ator ter dito sim a um papel tão insignificante no todo, Rihanna é... Bem, é Rihanna: se medíocre no seu ofício primário, que é o de cantar, o que esperar de suas outras “habilidades”? Enfim, nomes famosos cuja função é ser chamariz publicitário.

Já que comecei meu texto por uma, nada mais óbvio que terminá-lo por outra. Presunçosamente, esta quarta dica destina-se aos produtores de próximos filmes de super-heróis: Taylor Kitsch, além de bonitão e carismático, é talentoso sim. Ele quem segurou bem os 120 minutos de exibição, e já demonstrou ser bastante versátil. Infelizmente, só participou de promessas que não se cumpriram. Cogitado para viver o reboot de Demolidor, espero que consiga, tenha sorte, e que encontre um roteiro de fato bem trabalhado.

Nota: 5,5.

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 13/05/2012
Reeditado em 26/05/2013
Código do texto: T3665332
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