RESENHA CRÍTICA SOBRE O FILME: DESCARTES

VALTÍVIO VIEIRA

Formação do Autor: Curso Superior em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba – PR; Licenciado em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano – Curitiba – PR, Licenciado em Ciências Sociais, pela UCB – Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro – RJ, Pós-Graduado em Ciências Humanas e suas Tecnologias; Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal; Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância, e Pós-Graduando em Metodologia do Ensino Religioso, ambos pela FACINTER – Curitiba – PR.

SÃO BENTO DO SUL - SC

2011

1. INTRODUÇÃO

Para Descartes, as idéias são representações mentais, produtos da atividade de nossa consciência, definidas como aquilo que a mente percebe diretamente. Distingue três tipos de idéias: 1) inatas, que se originam da própria mente, independentemente de qualquer experiência anterior e incluindo as idéias de um Deus Perfeito; 2) factícias, ou da imaginação, uma realidade imaginaria; 3) adventícias, formadas pela mente a partir da experiência sensível.

O Objetivo desta é, demonstrar as teorias a respeito do conhecimento em René Descartes. O problema desta é, como se pode dizer que um conhecimento é verdadeiro?

Estão inseridos nesta, a biografia de René Descartes, um resumo do filme com as principais teorias e idéias do mesmo filósofo e a crítica ao mesmo filme.

2. RESENHA CRÍTICA SOBRE O FILME DESCARTES:

René Descartes (1.596 – 1.650), nasceu na França, de família nobre. Aos oito anos, órfão de mãe, é enviado para o colégio dos Jesuítas de La contente com seus mestres, mas descontente consigo mesmo, pois não havia descoberto a verdade que tanto procurava nos livros. Decide procurá-la no mundo. Viaja muito.

Alista-se nas tropas holandesas de Maurício de Nassau (1.618). Sob influência de Beeckmann, entra em contato com a física copernicana. Em seguida, alista-se nas tropas do imperador da Baviera. Para receber a herança da mãe, retorna a Paris, onde freqüenta os meios intelectuais. Aconselhado pelo cardeal Bérulle, dedica-se ao estudo da filosofia, com o objetivo de conciliar a nova ciência com as verdades do cristianismo.

A fim de evitar problemas com a Inquisição, vai para Holanda (1.629), onde estuda matemática e física. Escreve muitos livros e cartas. Os mais famosos: O discurso do método, As meditações metafísicas, Os princípios de filosofia.

Convidado pela rainha Cristina, vai passar uns tempos em Estocolmo, onde morre de pneumonia um ano depois.

O Filme destaca as principais idéias de Descartes, entre elas, destaca-se o Discurso do Método, obra de Descartes publicada em 1.637, constituindo sua verdadeira autobiografia intelectual, na qual expõe os princípios de sua filosofia “para bem conduzir sua razão e procurar a verdade nas ciências”. Seu objetivo, opondo-se à ciência tradicional e à filosofia especulativa dos antigos, é o de construir uma filosofia e estabelecer regras firmes permitindo ao homem tornar-se “mestre e possuidor da natureza”.

Estas regras são a de certeza ou evidência, dizia Descartes: “Jamais aceitar como verdadeira coisa alguma a não ser que se imponha a mim como evidente”, a da análise, dizia: “Dividir cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quanto possível e necessário par resolvê-la”, e a da síntese, dizia: “Conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para atingir paulatina e gradativamente o conhecimento dos mais complexos” e da numeração, falava Descartes: “Fazer enumerações tão exatas e revisões tão gerais dando-me a garantia de não omitir nada”.

Sobre as Meditações Metafísicas, Descartes procura fundamentar o conhecimento humano, refutando o ceticismo, e demonstrar a existência de Deus e a imortalidade da alma. O filósofo começa por duvidar de tudo, a fim de somente admitir como verdadeiro aquilo que se impuser a ele de modo claro e distinto.

A primeira certeza é o ato mesmo de duvidar, que é um ato de pensar. Fica assim estabelecida à existência do pensamento = “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum), primeiro objeto do conhecimento verdadeiro. Após examinar todas as idéias que possui em seu espírito, Descartes demonstra que o homem não pode ser autor da idéia de infinito, que nos ultrapassa, sendo o sinal tangível da realidade de Deus. A certeza de Deus é nosso segundo conhecimento verdadeiro. Da idéia mesma de Deus, de sua perfeição, pode-se deduzir sua existência e conseqüentemente a veracidade de nosso conhecimento do mundo natural, estabelecendo assim os princípios que fundamentam a ciência (física).

Para Descartes, alma é sinônimo de pensamento ou de espírito, o mesmo dizia: “sou uma substância cuja essência toda ou a natureza não é de outra senão a de pensar”. Depois de instituir o cogito como verdade primeira todas as vezes que o pronuncio ou que a concebo em meu espírito. “De sorte que eu, quer dizer, a alma, pela qual sou o que sou, e inteiramente distinta do corpo”. Mas quem sou eu, quando duvido? Uma coisa que pensa, uma res cogitans, uma mente (mens). Assim se funda a distinção da alma (imortal) e do corpo (parte da res extensa).

A crítica ao filme, ocorre, pois, devido, Descartes era um racionalista, que é uma doutrina que privilegia a razão dentre todas as faculdades humanas, considerando-a com fundamento de todo conhecimento possível. O racionalismo considera que o real é em última análise racional e que a razão é, portanto capaz de conhecer o real e de chegar à verdade sobre a natureza das coisas.

Descartes não pode reduzir o conhecimento racional, a um dogma, onde a razão é a verdade absoluta em relação ao conhecimento, ou seja, a única fonte segura de conhecimento, temos os sentidos e a própria experiência empírica, que nos auxilia para a busca de novos conhecimentos.

3. CONCLUSÃO

Jamais se deve admitir alguma coisa como verdadeira a não ser que a conheçamos evidentemente como tal. A proposição Pensa logo existo é a primeira e mais certa que se apresenta àquele que conduz seus pensamentos com ordem.

Toda obra de Descartes visa mostrar que o conhecimento requer, para ser valido, um fundamento metafísico. Ele parte da dúvida metódica = se eu duvido de tudo o que me vem pelos sentidos, e se duvido até mesmo das verdades matemáticas, não posso duvidar de que tenho consciência de duvidar, portanto, de que existo enquanto tenho essa consciência.

O Cogito é, pois, a descoberta do espírito por si mesmo, que se percebe que existe como sujeito = eis a primeira verdade descoberta para o fundamento da metafísica e cuja evidência fornece a critério da idéia verdadeira. Assim, a metafísica é fundadora de todo saber verdadeiro surpresa da alma levando-a a considerar com atenção os objetos que lhe parecem raros e extraordinários.

Uma idéia clara é uma idéia manifesta e evidente, presente e manifesta a um espírito atento, é distinta quando não se pode confundi-la com nenhuma outra.

REFERÊNCIA

DESCARTES (Cartesius). Diretor: Roberto Rossellini. Itália: Luci, 162 min, 1974, 1 DVD, color.

Valtivio Vieira
Enviado por Valtivio Vieira em 24/05/2012
Código do texto: T3685789
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.