Les Misérables - Victor Marie Hugo

( Les Misérables) Os miseráveis, filme americano de 1998, dirigido por Bille Algust, e estrelado por Liam Neeson, Geoffrey Rush, Uma Thurman e Claire Daines. É a sexta adaptação para o cinema, da obra de mesmo nome, do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802- 1885), publicada em 3 de abril de 1862.

A França havia deflagrado a revolução em 1789, e a Nobreza e o Clero perdeu grande parte de sua influência econômica, porque, juntamente com a burguesia, e influenciados pelo Iluminismo, questionaram o absolutismo e exigiram reformas sociais e econômicas, que culminaram com a queda da bastilha, símbolo do poder monárquico.

Pregação da igualdade, liberdade e fraternidade. Mas faltavam empregos, comida, e a população de Paris não parava de crescer.

Nesta adaptação, o filme conta a história de Jean Valjean, um condenado francês, que cumpriu pena de 19 anos por ter roubado um pão quando era jovem, e pelos sucessivos descumprimentos das normas da liberdade condicional.

Enquanto andava pelas ruas de Paris, sem emprego e sem morada fixa, como inúmeros outros miseráveis daquele período Napoleônico, na França do século XIX, tomada pela pobreza extrema, conheceu um bispo chamado Myriel, que mudaria seu destino.

Recebeu a confiança sobre a possibilidade de mudança do caráter humano, o que contrariava o pensamento da época, e presenciou e vivenciou a compaixão, o sofrimento, a fúria, o perdão e o amor. Tornou-se um homem bem sucedido, porém ainda perseguido pelo seu passado.

O Inspetor Javert representava a ideia do caráter imutável, e o perseguiu por longos anos, por acreditar que pessoas como ele jamais mudariam: “O homem traz sua essência imutável, ou para o bem ou para o mal.”

Jean Valjean compadeceu-se de Fantini, e de sua condição de mãe solteira, que sem emprego, teve de se prostituir para sustentar a filha Cosette; apaixonou-se por ela que já estava à beira da morte e prometeu criar a sua filha. Conheceu a fúria dos seus perseguidores, e o perdão fez parte de sua vida.

A retidão dos seus sentimentos o levou à liberdade plena, quando conseguiu provar ao inspetor Javert que apesar de toda a perseguição sofrida, a mudança que se operara em seu coração anos antes continuava presente: A compaixão, o sofrimento, o amor e principalmente, a capacidade de perdoar.

Jean Valjean pode ser comparado a Nelson Mandela, líder sul africano que ficou anos na prisão, por causa de sua luta contra o apartheid (regime de segregação racial que vigorou durante anos na África do Sul).

Apesar dos anos de confinamento, Mandela jamais perdeu a esperança de ver a África do Sul livre dos conceitos Europeus de democracia, que negava aos negros, direitos políticos, sociais e econômicos. Líder pacífico, que também experimentou a fúria armada, quando viu seus irmãos sendo massacrados. Com seu discurso coerente, democrático, tornou-se Presidente do País. Recebeu o prêmio Nobel da Paz, pela sua luta pacífica a favor dos direitos humanos, pela liberdade de seu povo e pela Independência do seu País.

Mandela, como Jean Valjean, é dotado de compaixão, amor, e capacidade de perdoar. O sofrimento vivido por anos na prisão, não mudaram o seu caráter humanitário, sua essência, e sua inclinação para a compaixão, e seus protestos foram expressos em ações de bondade para com o seu povo, sempre de forma pacífica e através do diálogo.

Antonio Marques de O Santos
Enviado por Antonio Marques de O Santos em 21/02/2013
Reeditado em 28/11/2013
Código do texto: T4151489
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