Resenha do Filme: A Corrente do Bem.

Só pelo elenco já vale a pena ver o filme. Eugene Simonet (Kevin Spacey), um professor de Estudos Sociais, faz um desafio aos seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar o mundo. Trevor McKinney (Haley Joel Osment), um de seus alunos e incentivado pelo desafio do professor, cria um novo jogo, chamado "passe a diante", onde cada pessoa deve tentar ajudar em algo realmente significativo (algo que elas não possam fazer por si só) três pessoas, e cada pessoa ajudada passar a boa ação para mais três e assim por diante, criando uma “corrente do bem”. A ideia a principio parece brilhante mas nem tudo dar certo, Trevor tenta ajudar Jerry um mendigo e ex-viciado, depois seu professor Simonet (que foi vitima de um incêndio e tem rosto e corpo repleto de cicatrizes) e por fim seu amigo de escola. O viciado apesar de tentar se recuperar tem recaídas, Trevor tenta que Simonet namore sua mãe interpretada por Helen Hunt, mas o relacionamento não é fácil, e por fim Trevor tenta ajudar o coleguinha a parar de apanhar mas não consegue. Apesar da ótima ideia para um filme, o desenvolvimento é lento e enrolado, chegando a ser monótono, e cai no insistente chavão do romance, onde o namoro da mãe de Trevor e do professor viram pano principal, numa tentativa de drama. O filme é repleto de micro-dramas pessoais. Os personagens são pessoas infelizes, traumatizadas e maltratadas pela vida ou por elas mesmas. O que joga contra até a brilhante ideia do filme de se fazer o bem. Mas mesmo esta ideia não resiste a uma segunda analise, pois, fazer o bem a três pessoas e só, em ultima analise se torna algo fútil, pois, as boas ações mesmo que significativas, acabam nelas mesmas na maior parte dos casos, não gerando frutos. Como o caso em que a avó de Trevor “salva” um ladrão de ser pego pela polícia, não creio que este exemplo se enquadre em boa ação, vi mais como um ato fortuito de uma velha bêbada, querendo fazer o bem na sua visão distorcida a qualquer pessoa, sem analisar o mérito da ação. Fazer o bem a três pessoas e pronto, meio que desobriga as pessoas de outras ações, de continuar fazendo o bem, ou fazer o bem sempre. Claro que a maioria das pessoas ajudadas no filme, aos trancos e barrancos vão tentando melhorar de vida. Jerry o viciado salva uma mulher do suicídio, dizendo a ela “salve minha vida”. O filme é melhor pelas reflexões que trás, e pelo que poderia ser do que pelo que é. E quando já se esta cansado de assistir um filme que nos leva a crer em um final bobo e meloso, somos surpreendidos por uma reviravolta, o menino Trevor, morre em um acidente extremamente banal, ao tentar ajudar o amiguinho a não apanhar. O que rompe toda lógica do filme, matando o protagonista quando ele esta tentando fazer o bem a outra pessoa. Neste ponto todas as duvidas são levantadas, como por exemplo: será que vale a pena ser bom? Dentre outras tantas. Após este fato resta a tristeza da mãe de Trevor e do professor, que é claro acabam juntos, mas partilhando de uma enorme dor, e é claro desfechando com atuações brilhantes de Helen Hunt e Kevin Spacey. Fica a mensagem do menino de que o mundo mesmo que as vezes pareça uma bosta, e que pensemos que não podemos fazer nada para mudá-lo, podemos com pequenos gestos mudar a vida de alguém, pelo menos por alguns instantes. O bem deve ser feito sempre, mas ser caridoso com três pessoas, já é um bom começo.

FSantana
Enviado por FSantana em 24/05/2013
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