Sobreviventes dos Andes
Gênero: Drama
Ano: 1976

A tarde do dia 13 de Outubro de 1972 deu início a um dos mais heróicos e épicos dramas que a civilização humana já presenciou, a mão de Deus e a infinita vontade de viver de um grupo de pessoas produziu esta inesquecível página, onde a fé inabalável foi comovente para quem dela teve conhecimento, e decisiva na sobrevivência para quem nela acreditou.
O avião turbo hélice Fairchild FH-227 D, da força aérea uruguaia, levando uma equipe de rúgbi, amigos e seus familiares, deixando Montevidéu, teria que atravessar a cordilheira dos Andes em direção a Santiago do Chile, onde deveria pousar.
Há 4.200 metros de altura entre espessas nuvens ele bateu a asa direita num pico, quebrada, foi jogada para trás com tanta força que arrebentou o estabilizador, abrindo um rombo na parte trazeira da fuselagem, para logo depois perder também a asa esquerda em outra colisão, fazendo com que o avião voasse apenas com a fuselagem, indo repousar num banco de neve a 3.600 metros de altura, em algum lugar da cordilheira gélida e inacessível, no município argentino de Malargüe.
Das 45 pessoas no avião, 12 morreram no acidente ou pouco depois (incluindo o piloto); outros cinco morreram na manhã seguinte (entre eles o co-piloto), e mais uma sucumbiu aos ferimentos no oitavo dia. Os 27 restantes enfrentaram sérias dificuldades em sobreviver ao congelamento no alto das montanhas.
Depois de 11 dias de buscas, todas as forças atuantes cessaram, por um rádio receptor improvisado ouviram das rádios a noticia do cancelamento, mas a coragem e a fé na sobrevivência foram mais forte que o desespero.
A pequena quantidade de alimentos, algumas barras de chocolate, e outros lanches, foi por pouco tempo sustento para a alta necessidade de caloria para quem tenta sobreviver a baixas temperaturas, peças de couro, e outros materiais foram utilizados como alimento até que a suprema necessidade os fizesse decidir sobre dispor dos corpos dos passageiros mortos como alimento.
Avalanches, a fome, os ferimentos sem tratamento, a falta de remédios, os mais simples, e o frio inclemente eram males que fustigavam os sobreviventes, e durante os 72 dias, outros não sobreviveram.
A espera da primavera, e com ela, temperaturas mais altas, permitiram  que a 12 de dezembro 3 deles iniciassem uma escalada para 4800 metros de altitude, de onde supunham poder ver ao longe algum sinal de presença humana, no segundo dia um deles voltou para a fuselagem, porque a ração era escassa, e os outros prosseguindo no terceiro dia atingiram o alto da montanha, mas só avistaram pequenos vales ao longe, para onde se dirigiram.
10 dias se passaram e a 23 de Dezembro de 1972, chegaram à beira de um rio, e do outro lado avistaram presença humana, que somente no outro dia fizeram contato, portanto 72 dias depois da grande tragédia.
Helicópteros chilenos, orientados pelos dois expedicionários pousaram ao lado da fuselagem do Fairchild e resgataram finalmente os 14 sobreviventes restantes da tragédia.
Todos foram levados para hospitais em Santiago e tratados para a doença de altura, desidratação, queimaduras, geladuras, ossos quebrados, escorbuto e desnutrição.
Há quarenta anos o Fairchild FH-227 D da força aérea uruguaia deveria ter pousado em Santiago, levando uma festiva delegação de atletas de Rúgbi, mas ele nunca chegou, escrevendo nos gelados vales andinos esta comovente história. 
 
Malgaxe

 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 31/07/2013
Código do texto: T4413167
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