Resenha do filme: O Leitor

Resenha do filme: O Leitor

SCHILINK, Bernhard. Filme: O Leitor. Direção de Stephen Daldry. Indicado a 5 Oscar em 2009.

A história do filme retrata o que o analfabetismo oculto ou exposto pode causar na vida de uma pessoa, tema que é mais abordado livremente no livro base do filme The Reader (O Leitor) de Bernhard Schilink.

Hanna Schmitz é uma mulher na faixa dos 30 anos de idade que se depara com um garoto de 15 anos, o jovem Michael Berg, no qual se envolve em um relacionamento afetivo e também amoroso. A cada encontro, Michael antes ou após do “momento de amor” lia para Hanna historias de aventuras, amor etc, no entanto esse relacionamento não durou muito. Alguns anos se passam e Michael a reencontra em um tribunal, no qual Hanna esta sendo acusada de um crime do gênero politico e social, durante o julgamento Michael percebe que Hanna estranhamente esconde algo, e em um determinado momento do julgamento Hanna acaba sendo acusada por outras rés de ser a responsável pelo relatório do genocídio ocorrido com um grupo de “Judias”, incialmente isso foi até negado pelo júri, mas depois o juiz pediu uma avaliação da caligrafia de Hanna para saber se realmente foi Hanna que escrevera o relatório. Todavia Hanna acaba por assumir integralmente a autoria do relatório em questão, pelo medo de descobrirem o fato dela não saber ler e escrever.

Michael acaba por descobrir esse fato ao lembra-se dos momentos em que lia pra ela, juntando o quebra-cabeça em sua memória, ele acha que ao revelar o segredo a ajudaria na redução da pena, entretanto iria expô-la ao ridículo se revelasse a sua condição ao mundo. Hanna acaba fazendo a sua escolha, era melhor ficar na prisão do que ser exposta a uma situação extremamente constrangedora para ela. Hanna por ser uma mulher de decisões convictas e formada, tinha nisso uma forma de proteger-se de ser inferiorizada ou prejudicada, pela fato de não ser alfabetizada.

Anos depois o já então advogado Michael Berg ao deparar-se com essa situação, busca uma forma de ajuda-la a superar o fardo que ela carrega de não saber lê, ele começa a narrar as melhores historia da sua adolescência e as mandas em forma de fitas para Hanna na prisão. Ao decorrer dos anos Hanna começa a aprender a lê e escrever através dessa inusitada iniciativa.

Através dessa historia podemos acreditar que tanto o autor quanto o diretor do filme quis retratar como é o preconceito para com as pessoas não alfabetizadas e no que o preconceito pode causar a vida dessa pessoa. Tal realidade é vivenciada aqui no Brasil nos dias de hoje, em que a Educação de Jovens e Adultos por mais que seja um programa de incentivo, de inclusão e acessibilidade a quem quer voltar a estudar, ainda necessita de melhorias na sua estrutura politica e de desenvolvimento. Na minha visão buscamos aprender a ler e escrever para termos um bom emprego, um bom salario, uma melhor condição de vida, o que acaba sendo um estimulo para esses objetivos vindouros.

Portanto, o analfabeto não deve ser marginalizado pela sua condição, por faltar-lhe o domínio da escrita e leitura, pois sabemos que isso pode ser alcançado um dia por todos independente da idade.

Sobre o autor:

Bernhard Schlink (06/07/1944) é um jurista e escritor alemão. Nasceu em Bethel, Alemanha, de um pai alemão e mãe suiça, sendo o mais novo de quatro filhos. Ambos os seus pais foram estudantes de Teologia, apesar de o seu pai ter perdido o emprego como Professor de Teologia devido aos Nazis, e optou por ser pastor. Bernhard Schlink foi criado em Heidelberg a partir dos 2 anos. Estudou Direito na West Berlin’s Free University, tendo-se formado em 1968. Schlink tornou-se juiz no Tribunal Constitucional do estado federal da Renânia do Norte-Vestfália em 1988 e em 1992 professor de Direito Público na Universidade Humboldt, em Berlim. Em Janeiro de 2006, reformou-se.

http://www.estantedelivros.com/autores/bernhard-schlink#ixzz32sYwSKP1 (acesso em 26-05-2014)

Sobre o diretor:

Stephen Daldry CBE (Dorset, Inglaterra, 2 de maio de 1961) é um diretor teatro e cineasta inglês. Seu primeiro longa-metragem, Billy Elliot, de orçamento modesto (US$ 4,5 milhões), recebeu três indicações para o Óscar (melhor direção, atriz coadjuvante e roteiro original), tornando Daldry, então com 41 anos, famoso da noite para o dia. Em 2008 produziu O Leitor (The Reader, no original), filme pelo qual, mais uma vez, foi indicado ao Oscar de Melhor Direção. Pelo mesmo filme, a atriz Kate Winslet venceu o Oscar de Melhor Atriz em 2009.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Stephen_Daldry (acesso em 26-05-2014)

Obra de linguagem acessível, de amplo entendimento, e que é destinada a grupos educadores, seja educação jovens e adultos ou não, pois a problemática da obra é para ser refletida em todas as esferas da educação.

Referência: http://www.boaaula.com.br/iolanda/producao/me/pubonline/marleneart.html. (REFLEXÕES: PEDAGOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - acesso em 26-05-2014)

Jacson da Silva Bomfim

(Acadêmico do curso de Licenciatura em Pedagogia, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB)