O Senhor das Moscas (1963)

Ao contrário do que a intelectualidade moderna possa pensar, um bom filme, ou um bom livro não precisam ter bons diálogos. Boas cenas de ação, coisas acontecendo, coerência, interações reais entre pessoas, isso por si só já faz algo ser bom.

Vejam o filme Senhor das Moscas (de 1963) como exemplo. Várias crianças perdidas e sozinhas em uma ilha deserta, após a queda do seu avião. Aos poucos, essas crianças se organizam, para tentar criar uma convivência racional. Mas não demora muito para que os lados selvagens de algumas crianças aflore, e caçadas, brigas e danças malucas em volta de uma fogueira gigante se tornam parte do seu quotidiano. Apenas duas crianças tentam ser racionais, e uma delas é constantemente mandada calar a boca e é xingada de porquinho a todo momento, imaginem vocês o porquê.

Não li o livro que inspirou a obra cinematográfica, mas pretendo ler em algum ponto da minha vida. Não sei se lá há bons diálogos, mas o que chega mais perto disso no filme, (SPOILER daqui para frente) é um discurso do "porquinho" no final do filme, em que ele pergunta para o chefe tribal do grupo de meninos tornados selvagem (assistido por seus seguidores), se eles preferem viver como selvagens ou preferem viver racionalmente e organizados de acordo com leis. O resultado disso é que o Porquinho é esmagado por uma pedra gigante lançada por um dos, agora, garotos selvagens.

Vejam bem, leitores, até mesmo este discurso que escrevo, nada mais é do que um diálogo entre mim e vocês, e realmente, não é um diálogo muito inteligente, mas mesmo assim é interessante (em algumas partes. Ou talvez não seja interessante em coisa nenhuma, mas isso talvez não importe).

Seguiremos a vida comendo e cagando todos os dias de qualquer forma. Alias, você já cagou hoje?

Boris Becker
Enviado por Boris Becker em 17/12/2014
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