Neste fim de semana tive uma experiência que considero espiritual e de forte importância para a militância. Fui ver o filme "Betinho, a esperança equilibrista", documentário de Víctor Lopes que está em cartaz nas principais capitais brasileiras.  
        O filme tem algumas cenas que considero equivocadas. Provavelmente, no céu, Betinho não deve ter gostado do fato de que, para falar dele, uma das pessoas escolhidas pelo diretor do filme foi o senador José Serra. Será que fez parte de algum contrato para financiarem o filme? De fato, sei que Serra foi companheiro de Betinho no tempo do exílio no Chile (começo dos anos 60), mas há muitos anos, não tinham contato e, desde ao menos os anos 80,  militaram em campos opostos.
                 O  que é bonito no filme é a figura de Betinho. A maior parte do filme é feito com entrevistas com ele. E é impressionante a energia de amorosidade e de força de vida que ele até hoje infunde em qualquer pessoa que o escuta. E a própria figura dele magra e abatida pelo vírus do HIV em uma época na qual todas as pessoas contaminadas ainda morriam, Betinho sobreviveu anos, provavelmente pela sua vontade de lutar e pela genialidade da Ação pela cidadania e contra a fome. 
               Em vários momentos, me comovi com sua palavra profética. 
                  Se você mora em uma das capitais brasileiras, dá uma olhada nos filmes que estão no circuito e veja se Betinho está na programação. Se estiver, não perca!