JUMPER

Direção: Doug Liman

Elenco: Hayden Christensen, Samuel L. Jackson, Diane Lane, Jamie Bell, Rachel Bilson.

Origem/Ano de produção: EUA/2007

Duração:90 min.

Somente quem ama o cinema sabe o quanto dói fazer uma resenha crítica de um filme muito fraco. É como assistir a uma partida de futebol da 3ª divisão onde os jogadores maltratam a bola o jogo inteiro. Pior ainda é saber que os produtores de Jumper, literalmente, jogaram dinheiro fora, com essa aventura perfeitamente dispensável.

Se você já passou dos 14, possivelmente não terá nenhum atrativo para assistir a 90 minutos de um corre-corre sem objetivos e com diálogos muito aquém da inteligência média. O mote até que parece interessante: David Rice (Hayden Christensen) é adolescente quando descobre que tem o poder de se teletransportar para qualquer parte do mundo a qualquer momento, e começa a viver uma grande aventura: de Nova York às pirâmides do Egito, de Londres ao centro financeiro de Tóquio, com direito a uma citação ao Rio de Janeiro. A vida do garoto transforma-se então em uma autêntica farra, até que, oito anos depois, ele se vê perseguido por uma organização que desde tempos imemoriais caça aqueles que detêm o mesmo poder que ele - os Paladinos, encabeçados por Roland (Samuel L. Jackson). Tudo bem, a historinha é difícil de engolir, mas lembrem-se que a ficção científica infanto-juvenil já nos proporcionou pérolas como "De volta para o futuro" e "E.T. - O extraterrestre". Nas mãos de um roteirista inteligente, Jumper não faria feio, mas o caso é que o trio Simon Kinberg, Jim Uhls e David S. Goyer metem os pés pelas mãos ao tentar imprimir à fita um ritmo alucinante, que sacrifica a coerência da história e a profundidade dos personagens. É claro que a escolha do elenco também colabora para que Jumper seja pouco menos que um fiasco: o mocinho de Hayden Christensen, uma mistura de Mel Gibson sem charme com Daniel Craig sem carisma, em nenhum momento consegue ganhar a simpatia da platéia; também, pudera, o sujeito só quer se dar bem e o resto da humanidade que se exploda; a heroína de Rachel Bilson não consegue convencer como a mocinha em perigo; nem mesmo os experientes Samuel L. Jackson e Diane Lane escapam do desastre, com atuações bem abaixo do que já demonstraram ser capazes. A única menção honrosa aqui cabe ao bom ator Jamie Bell, que interpreta o jumper Griffin e empresta um pouco de vida a uma trama morna e sem sal. Mas sozinho, ele não consegue pagar o ingresso do filme.

Pois é, meu caro Doug Liman, fazer sucesso com Brad Pitt e Angelina Jolie em "Sr. e Srª. Smith" é mole, quero ver dirigindo essa turma de Jumper. Perto deles, até o apenas razoável "Agente Teen" transforma-se em clássico juvenil.

Em resumo, direção fraca, elenco apagado e um roteiro cheio de pontas soltas fazem um filme em que a idéia foi muito superior à realização. Algo de bom nos 90 minutos de projeção?... As paisagens. Se você esquecer que deveria ter um argumento por trás delas e se concentrar nas belas paisagens do Egito e de Roma, até que Jumper não é tão ruim assim. Ponto para a fotografia e os efeitos especiais do filme.

COTAÇÃO: FRACO