O Monge e o Executivo
 
          Estive três vezes com o livro na mão. Da primeira vez, emprestado. Devolvi sem ler. Ganhei um exemplar no meu aniversário do ano passado. E também no ano passado, ganhei de um amigo oculto. Nunca senti vontade de ler, mas achei que devia dar atenção aos sinais. E então, li.

         Na lista dos mais vendidos de Veja ele está lá, imbatível. Mais de duzentas semanas. Então mãos a obra, pensei. Se tanta gente leu e continua lendo deve ter alguma coisa de bom.

      O autor é James C. Hunter, a editora, Sextante.

      Levei dez exatos dias para ler. É um livro chato. Tremendamente comum e óbvio. É um livro de auto-ajuda e não há mais o que inventar nessa área. O objetivo é dar lições sobre a essência da liderança. A narrativa de maneira nenhuma me envolveu embora tenha achado a idéia interessante. Um grupo de seis pessoas de variadas profissões se reúne em um Mosteiro para uma espécie de retiro liderado por um monge beneditino que havia sido um empresário de sucesso. Cada capítulo é precedido por uma citação. Há uma muito interessante de Margareth Tatcher – Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é. Deus me livre de estar insinuando alguma coisa neste sentido sobre mim!...Mas, não posso negar... aprendi alguma coisa e reforcei outros conhecimentos. O fato de não ter gostado da maneira como o livro foi escrito não tira os seus méritos – há sempre algo para se aprender quando se lê. Portanto, não nego a sua utilidade. 

      Apesar de minhas críticas posso dizer que nunca me esquecerei desse livro. É que foi através dele que pude compreender o verdadeiro conceito de amor. Eu sempre reagi ao mandamento cristão: ame ao teu próprio com a ti mesmo. Por quê? É que sempre pensei no amor como sentimento e acho muito difícil convencer os sentimentos a fazerem o que não querem. Amar qualquer pessoa como amo a mim mesma? Impossível. O livro me fez compreender através de explicações lingüísticas sobre a origem do vocábulo que esse amor não se refere ao sentimento, mas sim a ação. Ou seja – agir como se tivesse o sentimento de amor, agir com respeito para com o outro, não como o outro agiu com você ou com outras pessoas. Assim dito, achei mais fácil. Não fazer ao outro o que não quer que seja feito a si mesmo. 

      Bem, pelo que escrevi não gostei, mas também não detestei. Quem ler esta resenha pode discordar de mim, não importo. Quem sabe aprenderei mais alguma coisa? Aqui neste site, descobri a duras penas que os escritores não gostam muito que discordem deles. Fiz isso por duas vezes e só não apanhei porque é impossível bater em alguém através do monitor. (Da série Resenhas muito pessoais – apenas para não esquecer)