Resenha do texto História e historiografia nas cartas de Capistrano de Abreu por Rebeca Gontijo

Abreu, João Capistrano de ensaios e estudos; criticas e história. 4º série, R.J. Civilização brasileira; Brasília INL 1976.

Capistrano de Abreu aborda elementos importantes em seus ensaios historiográficos, buscando analisar o contexto histórico de cada momento, fazendo com que a história escrita por ele fosse de grande importância para os estudiosos contemporâneos a ele. Um desses estudiosos é Rebeca Gontijo que escreve um artigo, analisando as cartas de Capistrano de Abreu, o artigo intitulado, “História e historiografia nas cartas de Capistrano de Abreu”.

Nesse artigo Rabeca Gontijo analisa as criticas que Capistrano faz com relação aos documentos históricos analisados por ele, segundo Rebeca Capistrano é muito detalhista em suas analise e faz criticas duras ao IHGB (Instituto de História e Geografia do Brasil), do qual ele membro, pois só assim Capistrano poderia seguir em seus estudos historiográficos dando maior importância na História do Brasil Colonial, seu foco era escrever a “verdadeira’ história do Brasil.

Segundo Rebeca Gontijo, Capistrano usa elementos importantes em suas pesquisas, tais como, a figura do índio, como parte central do seu estudo, valorizando o indígena e sua língua, lembra Rebeca que “o interesse pelas línguas indígenas (o bacaeri e o caxinauá) era antigo e a frustração com os estudos realizados também”. Seu interesse pela história do Brasil era tão grande aponto de virar uma obsessão, que o impede de terminar seus estudos, o gosto pela verdade, a vontade de escrever uma história “real” longe dos moldes descritos pelo IHGB, fez Capistrano ir à busca dum lugar onde poderia escrever a história longe do IHGB, levando a fundar um clube, “Clube Taques”, onde ele acreditava que ali seus estudos historiográficos poderiam ser divulgados sem a ajuda do império, não deu nada certo e a sua frustração a fim de ter seus documentos publicados não pode ir à frente, por motivos financeiros, a idéia de Capistrano era que cada colaborador escrevesse e publicasse um livro com recursos próprios. Rebeca Gontijo faz citação de Capistrano, em referencia ao clube, “(...) Estou tratando da fundação de uma sociedade histórica menos pomposa e menos protegida que o Instituto, porém quero ver se mais efetiva... e deve se ocupar quase que exclusivamente das bandeiras e bandeirantes, caminhos antigos, meios de transporte e econômica do Brasil.”

Capistrano de Abreu, em suas pesquisas históricas acaba por traçar uma teoria histórica indireta, uma vez que fazendo valer as suas criticas aos documentos escritos por outros, ele levanta pontos de discussão teórica, levando os historiadores a tomarem certo cuidado em suas pesquisas. Seu gosto pela História do Brasil, fez dele um “fisionomista” metódico e que no fim de seu trabalho Capistrano reconhece que não escreveu muito e que seu conhecimento prático era maior do que sua obra escrita. “(...) Capistrano esta sempre voltando ao ponto de partida. A sua obra parecia nunca estar ‘a seu gosto’”.

Capistrano recebe dura criticas com relação à sua obra inacabada, segundo Rebeca, João Lúcio, acredita que Capistrano deveria caminha em linha reta o que equivaleria a concluir o trabalho e reconhecendo seus defeitos (...). Talvez essas críticas voltadas para a historiografia serva de alerta para os historiadores contemporâneos, levando-os a conscientizar dos estudos realizados e propostos em suas pesquisas.

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PSArantes
Enviado por PSArantes em 29/08/2009
Reeditado em 01/09/2009
Código do texto: T1781582