O MONGE E O EXECUTIVO  - James C. Hunter

Quero relatar as minhas impressões sobre O Monge e o Executivo, essa obra que aborda a Liderança com clareza, maturidade, alicerçada em uma visão humana em que para ser um bom líder é necessário primeiro  buscar o conhecimento de si mesmo para então liderar uma equipe com maestria.

A história começa com um executivo em crise que “decide participar de um retiro sobre liderança num mosteiro beneditino, comandado pelo frade Leonard Hoffman, um influente empresário americano que abandonou tudo em busca de um novo sentido para a vida.”

A seguir apresentarei algumas citações e discorrerei sobre os temas.

“Juntos somos mais sábios do que cada um sozinho”. É importante valorizar os conhecimentos, as habilidades de cada um, entender o espírito de equipe.

“Ouvir é uma das habilidades mais importantes que um líder pode escolher para desenvolver.” Ouvir não significa simplesmente deixar o outro falar. Mas, principalmente, demonstrar interesse, se envolver em sua narrativa.


O autor diz que devemos liderar com autoridade e esquecer o poder. A autoridade é a habilidade de influenciar as pessoas de modo que elas façam de boa vontade uma tarefa. O poder é a faculdade de coagir alguém a fazer algo. O poder é agressivo, gera impacto e má vontade. O poder é circunstancial, portanto, poderá ser perdido. A autoridade é atemporal, independe de circunstâncias externas.

 
Jesus Cristo não tinha nenhum poder terreno. Ele não exercia nenhum cargo, não gozava de influência entre os ilustres da época. No entanto, tinha Autoridade mais que qualquer um. Ele foi o maior líder de todos os tempos. As pessoas eram levadas a segui-lo.

Os reis, escribas, doutores da lei, que tinham o poder, se sentiram ameaçados com a Autoridade de Jesus. O filho do carpinteiro, amigo de pescadores, tirava o sono das cabeças coroadas!!!!

Entendo que a maior pérola do livro está no capítulo quatro no qual é lembrado o amor que Jesus recomendou que tivéssemos com o próximo, amigo ou inimigo. Sempre achei particularmente difícil cumprir essa meta. Entretanto, o autor nos apresenta um caminho humano, não heróico ou necessariamente santo para que consigamos exercitar o amor bíblico. Podemos assumir atitudes positivas com todas as pessoas. Atitudes são comportamentos que só dependem de nós mesmos. É difícil amar alguém que nos feriu. No entanto, podemos adotar bom comportamento em relação a essa pessoa ao assumir atitudes de honestidade, paciência, educação, respeito.

Realmente o Amor delineado no capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios está mais voltado para o comportamento que devemos adotar com as pessoas do que com sentimentos. Senão vejamos: “O amor é paciente, bondoso. Não tem inveja, não é orgulhoso. Não é arrogante nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça , mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

Para mim a lição maior do livro foi que “amar não é como você se sente em relação aos outros, mas como se comporta em relação aos outros.”

Enxergamos aquilo que queremos e procuramos. Se aceitarmos o desafio de procurar as qualidades nas pessoas, certamente as encontraremos. Nossa visão, audição, olfato são relacionados aos nossos sentimentos. Quando estamos procurando um determinado carro passamos a vê-lo bem mais que costumeiramente porque nossos sentidos estão voltados para esse objetivo. Quando estamos quietos e atentos à natureza percebemos o canto de um pássaro que para os que nos rodeiam é inaudível. Sentimos facilmente a fragrância de um perfume que nos marcou. Cada pessoa tem um visão diferente de um mesmo fato. Depende da atitude que assumimos em relação ao mundo. Portanto, Bondade pode ser uma atitude, um comportamento.

Ser honesto é agir com justiça. Elogiar quando merecer e não apenas para agradar, induzindo o outro em engano. Ser honesto é dar um retorno firme e justo. É esclarecer quais as suas expectativas e em que a pessoa pode contribuir mais para aprimorar os trabalhos.

Merece destaque a serena abordagem acerca da ligação entre sentimento e comportamento.
Se eu aceito o desafio de me despir de preconceito e procuro enxergar, ver, ouvir com boa vontade, ( “bem-aventurados os homens de boa vontade”) passarei a conviver melhor com as pessoas, a natureza, as situações. Os sentimentos são o resultado do nosso comportamento.

A recompensa da liderança com todas as características acima é a Alegria. Não a alegria vã, momentânea, egoísta. É a satisfação interior, a sintonia com a grande verdade. A busca incessante de Deus no irmão.

Em Tessalonicenses 5:16-18 há a seguinte citação “Alegrai-vos sempre. Orai sem cessar. Por tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus.” Orar sem cessar - vivenciar a oração - agir como se estivesse orando.

Por tudo dai graças. Vejamos quantas coisas boas nos acontecem. Voltemos o nosso coração para as belezas que nos circundam. É maravilhoso respirar naturalmente. É divino enxergar, andar, não sentir dor, ser saudável, ter família, amigos, um lar. As maiores riquezas são gratuitas. Temos razão para viver alegres.

RECOMENDO A TODOS ESSA OBRA PRIMOROSA. A TODOS PORQUE TODOS SOMOS LÍDERES – EM NOSSA CASA, EM NOSSA IGREJA, EM NOSSO TRABALHO. LIDERAR NÃO É CHEFIAR.


Iara Mesquita