A Cripta dos Grandes Filósofos

    Cripta dos Grandes Filósofos, ou das Grandes Luzes, é a alegoria final e reveladora do que entendemos ser o verdadeiro mistério maçônico.
     Ao longo dos nossos estudos sobre os objetivos, a história e a filosofia fundamental da Maçonaria, temos sustentado que a Arte Real, como a chamamos, consiste numa idéia, numa prática e numa instituição. É idéia porque repousa no sonho utópico que sempre cativou o espírito humano na procura de um estado ideal de ordem, paz, tranqüilidade e equilíbrio entre sua natureza humana e divina.
    É prática por que, na perseguição dessa quimera, o Irmão desenvolveu posturas morais e éticas destinadas a permitir que ele viva de uma determinada maneira, que julga ser compatível com esse sonho. Dessa prática nasceu a filosofia, a religião e o direito, como forma regulatória e neces-sária de sua conduta.
    E, por fim, é instituição, por que, para tornar possível essa prática é preciso dar forma a ela na figura de um ente real, com identidade social e cultural, e se possível, com personalidade jurídica.
    Essa foi a evolução da Maçonaria ao longo da história das realizações humanas. Justifica-se, portanto, que os seus ensinamentos comecem com a idéia, expressa através da iniciação, que encerra o conceito de aquisição da luz e se encerrem na gruta dos Grandes Filósofos, construtores do espírito universal. 
    Na verdade, essa é a grande obra da Maçonaria universal: a construção do espírito do homem, de acordo com a Vontade emanada do Grande Arquiteto do Universo. Por isso, todas as alegorias exploradas no ensino maçônico têm essa finalidade. Desde os conceitos de pedra bruta ( o aprendiz iniciado nos mistérios da Arte Real), a pedra cúbica ( o companheiro cujas arestas já foram rudimentarmente aparadas, mas que ainda não atingiu a plenitude da sua iniciação) a pedra lavrada ( o mestre finalmente apto a iniciar a sua senda pelos mistérios maiores da Maçonaria), há toda uma pedagogia habilmente desenvolvida para levar o iniciado maçom a esse resultado.
    A Cripta dos Grandes filósofos é, portanto, um resumo final desse resultado. Para os irmãos devidamente preparados nas antigas e modernas filosofias que norteiam o pensamento humano, e que também estejam devidamente informados sobre as crenças e esperanças que fazem o espírito de homem ser o que ele é, não é difícil entender o motivo da alegoria da Cripta dos Grandes filósofos ter sido colocada justamente no grau 32, quando o ensinamento maçônico, no que tange ao seu con-teúdo espiritualista, é encerrado.

As oito colunas da Sabedoria

Na Cripta dos Grandes Filósofos iremos encontrar oito colunas, sobre as quais oito bustos, representando os fundadores das grandes religiões que orientam o espírito humano foram colocados.
Numa nona coluna, o resultado final dos ensinamentos desses grandes construtores do espírito universal é demonstrado pelo aparecimento da Estrela, que é Gnose, Iluminação, Sabedoria, como a demonstrar que tudo que procuramos, seja qual for a religião que adotemos, é simplesmente a Verdade.

Confúcio
Zoroastro ou Zaratustra
Sidarta Gautama, o Buda 
Moisés
Hermes Trismegistus
Platão
Jesus de Nazaré
Maomé

( O comentário sobre a doutrina desses oito grandes construtores do pensamento humano o leitor encontrará na obra "Construtores do Universo", a ser publicada brevemente.      

       Eis, portanto, nesse resumo, o que significa a Cripta dos Grandes Filósofos. Nela também poderiam estar Lao-Tsé, fundador do Taoísmo, e outros grandes filósofos, que com suas teorias e doutrinas ajudaram a construir o espírito humano. Essas doutrinas e idéias foram evocadas e discutidas ao longo dos graus pelos quais o Irmão passou para chegar até aqui.
      Quem bem compreendeu esse ensinamento sabe a razão dessa alegoria. E se devidamente a compreendeu sabe, agora, o que verdadeiramente ser um maçon, e pode, finalmente saber o verdadeiro significado da Estrela.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 20/11/2009
Reeditado em 22/02/2010
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