O PRESENTE PRECIOSO
Spencer Johnson
 
Um homem sábio conversava com um menino e lhe falava de um presente – Um Presente Precioso. Ele explicava que era um presente porque era uma dádiva, e era precioso porque aquele que o recebe é feliz para sempre.
 
O Menino passou a desejar esse presente. Depois lembrava que cada presente que ganhou, por mais alegria que lhe trouxesse, era sempre temporária. Então, o que viria a ser esse presente que o deixaria sempre feliz? O menino perguntou ao sábio se o presente seria um anel mágico que o faria realizar todos os sonhos. Mas o velho sábio lhe disse que o Presente Precioso Não Tinha nada a ver com Sonhos.
 
O menino foi crescendo e a curiosidade ficando mais aguçada. Seria esse presente especial um tapete mágico que o levaria a qualquer lugar que quisesse? Não, respondeu o amigo, quando você tiver o presente precioso, se sentirá feliz onde quer que esteja. O menino ficou rapaz e continuava a indagar do sábio: Seria um tesouro escondido? Não, a riqueza do presente provém dele mesmo.
 
O rapaz ficou triste e declarou que nunca recebera esse presente quando menino. Mas, para espanto do rapaz o sábio assegurou que ele já conhecia o presente precioso, sabia onde encontrá-lo e como tal fato poderia fazê-lo feliz. Asseverou que quando menino, o hoje rapaz conhecera melhor esse presente, apenas o esqueceu quando cresceu.
 
O sábio já estava bem velho e o rapaz mais impaciente e frustrado. Então o sábio falou-lhe que o presente precioso não é algo que se recebe de alguém. É antes um presente que cada um dá a si mesmo.
 
O rapaz resolveu viajar pelo mundo em busca desse presente capaz de fazê-lo sempre feliz. Leu todos os livros, perguntou a todos os sábios. Depois de longa busca o homem retornou e de novo encontrou o velho sábio. Ele se perguntava como um homem simples, com uma vida comum igual a tantas estava sempre feliz.
 
Um dia o sábio morreu. O homem ficou sozinho e começou a se lembrar de tudo o que o velho amigo havia dito sobre O Presente Precioso. E, como um raio, lhe veio a compreensão: O PRESENTE – esse era o presente precioso. Não o passado, nem o futuro, mas o AGORA, o HOJE.
 
Contudo, ele percebeu o quanto é difícil viver o PRESENTE. Ora ele estava no passado, lamentando o tempo perdido em busca desse PRESENTE. Ora estava se perguntando como seria o FUTURO. E se pegava sem viver o PRESENTE.
   
É bom refletir sobre o passado apenas o tempo necessário para dele tirar lições. Mas é preciso ter consciência de que permanecer no passado é deixar de viver o presente. Deve-se pensar sobre o futuro apenas para se preparar e não ser tomado de surpresa. É importante saber que permanecer no futuro é deixar de apreciar o presente. O desafio é grande: Aproveitar cada momento presente.
 
Spencer Johnson é autor de Quem mexeu no meu queijo? Formado em psicologia pela universidade da Califórnia do Sul e em medicina na Irlanda.