Um Hotel na Esquina do Tempo - Jamie Ford
Romance entre um sino-americano e uma nipo-americana. Nada de mais, não fosse tempos de guerra. Amar o inimigo é sempre um problema.
A capa trás as palavras de Garth Stein, "Um romance atualíssimo sobre o estrago causado pela guerra. Por todas as guerras". Porém não é uma história de guerra, ela está lá sim, no dia-a-dia, no coração das pessoas e nos efeitos que causam, mesmo naqueles que querem viver longe dela, mas ao fim, é uma história de amor.
A obra registra, mesmo que poeticamente, o tratamento dispensado aos cidadãos americanos de origem japonesa após o Pearl Harbor. Não só a intolerância dos indivíduos mas as providencias estatais. No país do futebol ainda se conta que o Palestra Itália teve que se transformar em Palmeiras, mesmo sendo apenas coadjuvante.
Em 362 páginas Jamie Ford dobra a esquina do tempo e nos trás em paralelo a história da juventude de Henry nos anos 40 e de sua "velhice" nos anos 80 onde velhas e novas feridas, deixadas por um pai irrascível, os efeitos da guerra, a viuvez e um filho distante, cicatrizam mas não deixam de doer.
A hora da revisão, a hora em que Henry se pergunta, "onde foi que errei?", surge quando encontra o filho ingrato, sentado à porta de casa e cheio de dedos procura a forma adequada para lhe apresentar a noiva. Mal se refaz do susto de descobrir que o filho o vê com os mesmos olhos que ele via o pai, Henry se vê atropelado por uma loira de olhos azuis, a futura nora...
São páginas que escoam com facilidade pois é leitura que agrada.
Abraços