PARANÓIA OU CURTIÇAO?

POESIA SEM PELE

AUTOR: LAU SIQUEIRA

ANO DE PUBLICAÇÃO: 2011

EDITORA: CASA VERDE

Poeta nascido no Rio Grande do Sul, a 21 de março de 1957

e que reside em João Pessoa, Paraíba desde 1985.

Blogs:

Poesia sim www.poesia-sim-poesia.blospot.com

Pele sem pele www.lau-siqueira.blogspot.com

Publicações:

O comício das veias – 1993

O guardador de sorrisos – 19998

Sem meias palavras -2002

Texto sentido - 2007

“a ‘poesia–concreta’ é o caso-limite da modernidade”

Haroldo de Campos

“De loucos e de poetas todos nós temos um pouco”

(já dizia a minha tatara-avó)

Quem nunca ouviu falar ou conhece a Juliano Moreira? Com certeza, todo mundo conhece essa Instituição. Lugar que fazemos de um tudo pra nem pensar que existe. O que descreverei a seguir foi, no mínimo, inusitado. Pasmem! Foi hilário o lançamento da obra do Lau Siqueira: Poesia sem Pele! Aconteceu no Complexo Juliano Moreira de João Pessoa no dia 18 de maio do corrente ano, às 20h. Quando fiquei sabendo do local do evento, não quis acreditar; é tanto que fui me certificar no blog do Rômulo Gondim, ratificando-me da notícia.

Nos preâmbulos, houve um batuque bem à moda dos escravos na senzala; senti-me a própria. Pena que não nos convidaram para participar da roda. Logo após, já entramos numa tenda, momento vip, até o governador Ricardo Coutinho se encontrava para os autógrafos.

.............................................................................................................................................................................................................................................................................................

Poesia sem pele é uma obra que deixa o leitor encucado com dois questionamentos: Ou o Poeta surtou ou fui eu que surtei? Uma, porque o verso tradicional ainda é o mais usado na poesia contemporânea. Outra, porque nem todo leitor conhece as poesias concretistas: poema-pílula, poesia-práxis, poesia-gestalt, poemóbiles, poemenos etc.

Segundo Erza Pound, todo poema é uma aventura planificada. “Poesia sem Pele” possibilita essa leitura, já que se verifica na valorização da palavra solta (a carga semântica, a forma, som).

Vejam o poema Saltimbanco (p.34)a beleza/mora no hálito/das cores/frágil/ como oceanos/ e cordilheiras/eterna/na memória/das coisas não/vividas

De linguagem sintética, dinâmica e consequente, a "poesia sem pele" reproduz a transitoriedade das vivências cotidianas da modernidade. Como dizia o concretista Haroldo de Campos (1957) “Linguagem afeita a comunicar a mais rápida, clara e eficazmente o mundo das coisas”.

Pra finalizar, acrescento aos compêndios da poesia concreta que o autor vai muito além da práxis concretista, ao criar uma nova categoria ‘poesia-surto’. Seu veio concretista está mais que declarado em Conceito (p.15) não alongo/poemas/ apenas curto/ no máximo/ surto

E em Poetria (p.21) o autor se consagra: poema é face descoberta/ de tudo que pulsa/ poema é atitude permanente/ em tudo que passa/ (que massa)

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 01/09/2011
Reeditado em 02/09/2011
Código do texto: T3195798