"As esganadas" - Jô Soares

O autor desse livro sensacional é o brasileiro Jô Soares. A única coisa que eu conhecia dele até então, era o "Programa do Jô", à meia noite e meia, na Rede Globo. Nunca havia lido nenhum livro seu, sendo então o primeiro. Com toda a certeza vou ler os outros que ele havia publicado antes. Quando alguém lê um livro desses, logo entende o porque do grande sucesso de vendas. E assim vai rumando ao Best Seller, como aconteceu com seu outro livro, "O xangô de Baker Street".

O livro é "As esganadas". Quando comecei a lê-lo, logo conquistou a minha atenção que não consegui parar de ler. Li em apenas uma semana. Apesar de aparentemente ser um título trágico, a forma como é contada é uma mistura de inteligência e humor, que me lembra muito ele em seu programa. O que era para ser de certa forma tenso, como em outros livros de romance policial que existem por aí, não é.

O pano de fundo desse romance é Rio de Janeiro, no anos 30, no período de estado Novo de Getúlio Vargas.

São assassinatos em série, um serial killer de gordas. Caronte, herdeiro de uma funerária muito conceituada em sua cidade, tem seu psicológico abalado, ele odeia a mãe que era gorda. Sua mãe Odília tinha medo que seu filho engordasse. Em seu aniversário de dez anos, seu bolo de aniversário foi substituído por meio mamão enfeitado com vela, o que ele odiou. Em cada gorda que ele via, a imagem de sua mãe aparecia, então, ele resolveu assassinar as gordas, esganadas e com receitas de sua mãe portuguesa .

Devido a esses assassinatos, Noronha e Calixto, que são da delegacia investigam o caso. Sabendo dos assassinatos, Esteves, dono de uma rede de docerias, que anteriormente havia sido polícia de Lisboa, resolver ajudar com o seus conhecimentos. Em seguida, aparece também Diana, uma jornalista. Os quatro vão em busca de uma solução para o caso.

É um tipo de leitura para deixar fluir e viajar com a linha do raciocínio do autor. Os acontecimentos são muito bem encaixados. Todos os personagens tem um destino bem resolvidos. Apesar de ser uma história fictícia, fiquei tão curiosa e em dúvida de saber se a tal Síndrome de Nagali que o assassino portava, realmente existe, e ela existe. Outra coisa que fiquei em dúvida foi sobre o caso da Viúva Negra de Setúbal, contado pelo personagem Esteves. Sim, existe o caso da Viúva Negra, mas não é a de Setúbal, e sim aqui do Brasil mesmo. A única semelhança é a que elas matam os seus companheiros, mais nada.

O desfecho do caso é solucionado, no local é encontrado um provérbio português junto com os olhos da gordas assassinadas.

"Mal é ter os olhos maior que a barriga"

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Luciana Furuzawa
Enviado por Luciana Furuzawa em 18/01/2012
Reeditado em 27/06/2012
Código do texto: T3448157
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