Olívia

Capítulo 1:

A vida de Olívia.

Olívia era uma garota linda e muito inteligente, estava com 16 anos e cursava o segundo ano do Ensino Médio no colégio Fronteiras, tinha os cabelos castanhos, bem volumosos e levemente cacheados, os olhos verdes que mais pareciam duas esmeraldas de tão brilhantes.

Era uma jovem de classe média que morava em uma bela cobertura em um bairro simples, porém muito agradável, repleto de vizinhos fofoqueiros, barulhentos, chatos, implicantes e insuportáveis. Na sua rua, morava uma mulher que se chamava Dona Judite, que era uma fofoqueira de altíssimo nível, sempre implicava com Mônica, a mãe de Olívia, por sua filha ser tão nojenta, metida, antipática e desagradável. Olívia a detestava, sempre que podia pegava o caminho oposto a casa de Dona Judite, para que esta não implicasse com ela, como de costume. Sua mãe, Mônica, sempre aconselhava a filha, a não levar as provocações da velha Judite a sério, mas não adiantava, Judite era bastante insistente em suas críticas.

Amanhã era o primeiro dia de aula em seu colégio e Olívia já estava muito ansiosa, passava noites inteiras pensando em como chegaria na escola, que roupa usaria, que sapato usaria, que bolsa usaria, que pessoas iria encontrar no colégio, e o principal, será que Marcos estaria estudando na mesma sala que ela.

Bem a resposta para estas perguntas, só poderiam ser respondidas amanhã, por enquanto, Olívia só pensava em aproveitar e relaxar em seu último dia de férias, com sua família e com alguns de seus amigos mais chegados como Eduardo e Maria, sua melhor escrava, ou melhor dizendo sua melhor amiga.

Chegando em casa, depois de uma exaustiva maratona de compras com Maria, Olívia se deparou com mais uma briga entre seus pais, ela já não agüentava mais as discussões do casal, todo dia era a mesma coisa, o mesmo motivo.

Mônica sempre reclamando que seu marido Jorge, não arcava com as despesas da casa, enquanto ela tinha que manter tudo sozinha. Tudo bem que Mônica ganhava um ótimo salário, como administradora de uma empresa que estava crescendo bastante nestes últimos tempos, mas Jorge havia perdido o emprego de gerente há muito tempo, e desde então não queria saber de outra coisa senão beber e sair com os amigos para o bar ou ir jogar futebol todas as tardes, Mônica já não suportava mais a situação.

Olívia passou direto pela sala, e fechou a porta do quarto rapidamente para que sua mãe não visse as inúmeras sacolas de compras que ela havia trazido consigo do shopping e também para que seus pais não a colocassem no meio da briga, como eles sempre faziam.

A irmã de Olíva, Laura tinha apenas treze anos, mas sempre se comportava como uma adulta nas situações difíceis vividas pela família, muito responsável Laura ao contrário da irmã já trabalhava em uma biblioteca, concedendo auxílio para os jovens leitores que vinham até ela pedir informação sobre livros.

Laura e Olívia, como a maioria dos irmãos mantinham uma relação muito afetuosa, embora brigassem de vez em quando, para dizer a verdade, quase sempre. Olívia não estava acostumada a perder, sempre ganhava, sempre ficava em primeiro lugar em tudo, na escola, no bairro, era a mais querida de suas amigas. Fazia de tudo para se manter no centro do mundo, pelo menos do seu mundo, manipulava, se vingava, ordenava, condenava e brigava sempre quando queria alguma coisa que seria útil para ela, não importa o quer era, ela sempre conseguia o que queria. Era dona de uma personalidade incrivelmente forte e invejável. Já Laura era o oposto de sua irmã, humilde e batalhadora sempre conquistava as coisas com muito esforço e dedicação, era simpática com todos a sua volta, até com Judite, a fofoqueira que criava intrigas a seu respeito sempre quando podia.

A vida de Olívia estava cada vez mais desgastante, já não bastava essas brigas protagonizadas por seus pais tinha que conviver com a pressão de escolher logo, um curso para tentar vestibular no ano que viria, preocupada e muito ansiosa Olívia resolveu ligar para seu melhor amigo, Eduardo.

Eduardo era um amigo muito bom e generoso para com Olívia, apesar dele sentir uma amor secreto por ela, sem nunca ter comentado nesse assunto com Olívia.

Eduardo não era muito alto, nem muito rico, mas era dono de um cabelo perfeito e de um rosto muito bonito, os seus olhos castanhos brilhavam quando se encontravam com os verdes e penetrantes de Olívia. Mas parece que Olívia nunca notava, nada de diferente neles, ela só tinha olhos para Marcos, um menino completamente sem noção, burro como uma porta, tudo bem, ele tinha um porte atlético e o cabelo cor de ouro encaracolado combinando com olhos cor de mel que deixava Olívia cega. Apesar de sua incrível amizade com ela, Eduardo nunca se abriu com Olívia.

Eduardo era a síntese do namorado perfeito, era romântico, carinhoso, falava bem e sobre todos os assuntos, andava muito bem arrumado e de acordo com a moda, muito culto e inteligente e além de tudo amava demais sua melhor amiga, mas era tímido demais para se revelar. Apesar de possuir uma personalidade forte e ao mesmo tempo com um singelo toque de falsidade, era temido por muitos em sua sala, pois sabia de diversos segredos sobre diversas pessoas, e não hesitaria em usá-los para se defender.

- Olá... – cumprimentou meio triste Olívia, ao telefone a Eduardo.

- Oi, tudo bem com você? Você está me parecendo meio triste, hoje? Aconteceu alguma coisa? – indagou Eduardo pelo telefone

- São meus pais!

- Brigaram novamente?

- Sim...as brigas estão ficando cada vez mais freqüentes, já não agüento mais isso...

- Calma, o importante agora é você manter a calma, e ajudar seus pais a enfrentarem essa crise, juntos.

- Eu sei..mas é muito complicado...

- Imagino.

- E desgastante...

- O importante é você ter fé, que de uma ou outra isso tudo vai acabar.

- Obrigada, Edu, você como sempre me dando ótimos conselhos!

Gabriel de Paiva Fonseca
Enviado por Gabriel de Paiva Fonseca em 27/01/2012
Código do texto: T3463882
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